Novas gerações devem diminuir desigualdades
As novas gerações têm a responsabilidade de diminuir o fosso das desigualdades entre angolanos, afirmou o deputado Rui Mingas, quando falava das suas memórias sobre o 25 de Abril de 1974, data que marcou o fim do regime fascista de Salazar e Caetano em Portugal e permitiu as independências das colónias.
Rui Mingas disse que a Revolução dos Cravos foi desencadeada com base em três “D”, descolonização, democratização e desenvolvimento. Ao falar sobre o desenvolvimento referiu que não se pode estar satisfeito com a actual realidade do país, onde a disparidade do nível de vida entre os extremos populacionais representado pelo Índice de GINI é de 42,7 por cento. Esta disparidade, disse, penaliza demasiado um grupo significativo da população angolana. “Por isso, temos de ter coragem para, em tempo útil, corrigir a situação. É esta a grande responsabilidade das novas gerações”, salientou.
Rui Mingas considerou que o desenvolvimento é dos três “D” o mais difícil de alcançar, porque não acontece automaticamente com a publicação de um decreto. “É um processo de difícil implementação, na medida em que, depois de termos sido obrigados a ultrapassar uma economia de características coloniais, fomos obrigados a superar uma economia de guerra que castigou o país de 1975 a 2002”, sublinhou.
Rui Mingas afirmou que ainda há muito trabalho a fazer para se conseguir o maior desígnio nacional, que é o desenvolvimento económico e social da generalidade do povo angolano.
O deputado pela bancada do MPLA entende que Angola não pode concretizar o desígnio do desenvolvimento económico sozinho, deve contar com o apoio de outros países e que Portugal é um dos parceiros mais importantes na construção de um futuro comum de desenvolvimento e progresso social.
O acto foi organizado pela Associação 25 de Abril.