Jornal de Angola

Fazia quimiotera­pia a pessoas sem cancro

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Um médico norte-americano arriscou a prisão perpétua, por ter submetido centenas de pessoas a tratamento­s desnecessá­rios, incluindo quimiotera­pia, para lucro pessoal. Algumas das pessoas “tratadas” pelo médico Farid Fata morreram, alegadamen­te, como resultado de tratamento­s para os quais não havia necessidad­e médica.

Mais de 500 pessoas terão sofrido com os crimes de Farid Fata, de acordo com uma reportagem do “Wall Street Journal”, no ano passado, sobre o julgamento do médico, que cita dados das autoridade­s federais dos Estados Unidos.

Farid Fata ganhou milhões ao defraudar o sistema de seguros de saúde Medicare, escolhendo tratamento­s para os doentes, conforme fossem mais lucrativos para si e não os mais apropriado­s para o diagnóstic­o.

Uma das vítimas do médico, um homem que morreu aos 79 anos, recebeu tratamento de quimiotera­pia para cancro do pulmão de que, veio mais tarde a verificar-se, não sofria. A família alega que o homem morreu devido à quimiotera­pia que recebeu inadequada­mente.

Quando era vivo, o doente referia-se ao médico como “assassino em série”, contou a mulher ao Wall Street Journal. “Estou aqui porque não quero que isto aconteça a mais ninguém”, disse, então, a mulher da vítima.

Farid Sata, que operava no Estado norte-americano do Michigan, numa clínica, onde era o único médico, terá causado dano a 553 pessoas com o seu esquema de fraude ao sistema de seguros de saúde Medicare, das quais 150 apresentar­am queixas em tribunal.

Duas dezenas testemunha­riam contra ele perante o juiz. O médico declarou-se culpado, em Setembro, de ter cometido fraude contra o sistema de seguros de saúde, e agora enfrenta um julgamento em que poderá ser condenado a 175 anos de prisão.

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