Morte de tenor empobrece artes
A morte do tenor Gomes Domingos, ocorrida no passado sábado, em Luanda, vítima de doença, está a gerar inúmeras lamentações entre os artistas angolanos, em particular os da nova geração.
De acordo com fontes familiares, o músico vai a enterrar amanhã às 10h00, partindo o cortejo fúnebre do Marco Histórico de Kifangondo, em Cacuaco, onde acontece o velório, para o Cemitério do Benfica, em Luanda.
O Ministério da Cultura lamentou a perda, numa nota de imprensa, onde destaca o facto de a morte do tenor deixar um vazio nas artes, principalmente pelo contributo que este prestava na afirmação e expansão da música lírica em Angola.
Por ter sido um dos quatro jovens angolanos formados em Cuba, que depois voltaram ao país e decidiram formar a nova geração, em especial os jovens ávidos em entrar no mundo da música lírica, a sua morte, realça o Ministério, torna esse vazio ainda maior.
Para o director-geral do Instituto Superior de Artes (Isart), Jorge Gumbe, foi uma surpresa inesperada, apesar de o artista ter estado doente. Neste momento de dor e consternação, recorda que o malogrado desde cedo mostrou interesse pelas artes, em particular a música.
“Em 2007, partiu para Cuba depois de ter beneficiado de uma bolsa de estudo do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudos (Inagbe), onde se licenciou em Música, na especialidade de Canto Lírico, no Instituto Superior de Artes de Cu ba”, contou, acrescentando que, ao longo da sua carreira, Gomes Domingos actuou em diversos palcos, onde compartilhou o seu talento.
Como antigo docente do Complexo das Escolas de Arte (Cearte), o músico, um dos quatro especialistas de Canto Lírico licenciados pelo Instituto Superior de Artes de Cuba, ministrava aulas de canto. Além disso, integrou o grupo os Lyrikhus ao lado de Emanuel Mendes, Bruno Neto e Armando Zibungana.
Em 2014, o tenor come çou a trabalhar como professor no Cearte, tendo, no ano seguinte, feito parte do grupo de profissionais que inaugurou o Isart. Em 2016, foi nomeado secretário-geral da instituição, onde trabalhou até a data da sua morte.