Palancas Negras registam subida dos níveis competitivos
Chamada do núcleo duro permitiu conservar conquistas alcançadas durante a fase de apuramento para o CAN
No início da segunda semana de preparação em Portugal, os Palancas Negras registam a subida dos níveis competitivos, facto que faz crescer a confiança do seleccionador angolano, o sérvio Srdjan Vasiljevic, numa boa campanha na 32ª da Taça de África das Nações em futebol, a ter lugar de 21 de Junho a 19 de Julho, no Egipto.
A resposta dada pela equipa, sábado na vitória (2-0), sobre a Guiné-Bissau, no jogo amistoso disputado no Estádio 25 de Abril, em Penafiel, deixou agradado o treinador, que privilegia para esta fase dos trabalhos a melhoria da condição física dos atletas, por estarem a ser confrontados com a extensão da época, por ser a estreia da disputa da prova continental num período em que habitualmente estão de férias.
Longe de valorizar o triunfo e, com isso, fechar os olhos para o que se fez menos bem, Vasiljevic colocou o foco na possibilidade que teve de rodar e entrosar o grupo, num momento complexo para execução de planos de trabalho, pelo choque de extremos, pois de um lado surge a vontade natural de descansar e, do outro, a necessidade de continuar em actividade.
“Estou satisfeito, pela oportunidade de jogar frente à Guiné, num estádio assim tão bom. Os nossos jogadores estão a sair de campeonatos e competições bem puxadas. Necessitam e têm falta de descanso. É a primeira vez que se joga o CAN neste período. Estão quase todos acostumados a gozar férias nesta época. Também é difícil, para os treinadores, enquadrar tudo isso. Têm de ter em consideração a saúde e o bemestar dos jogadores”.
Convidado a avaliar a evolução dos Palancas Negras, dentro do que se pretende para a estreia diante da Tunísia, dia 24, na cidade de Suez, o seleccionador manteve o pragmatismo que o caracteriza: “Só posso dizer que estamos no início do nosso trabalho. Tivemos a oportunidade de ensaiar algumas coisas tácticas e de ver o quanto conseguimos recuperar fisicamente e experimentar jogadores. Neste momento, não temos muitos novos jogadores. O nosso objectivo era manter aqueles rapazes, que já tinham alcançado o êxito no apuramento”.
Em jeito de conclusão, o líder da equipa técnica apontou no sentido da criação de soluções, em oposição ao discurso carregado de lamentações, por essa ou aquela dificuldade. “Não sou de falar de certo tipo de insatisfação, nem falar do futuro ou prometer alguma coisa. Estamos aqui para trabalhar. Tivemos a falta do Bastos, Geraldo e Show. Esperamos que recuperem. Acredito que nos próximos dias estaremos todos juntos”.
No programa traçado pela área das selecções nacionais da Federação Angolana, órgão presidido por Adão Costa, que coordena o estágio na região do Algarve, estava em equação a disputa de um jogo com os Camarões, detentores do título continental, numa cidade europeia.
Em substituição dos Leões Indomáveis, os Palancas Negras voltam a ser postos à prova no dia 19, frente aos Bafana Bafana da África do Sul, já no palco da competição. Sabese que estão em curso contactos para um terceiro desafio, por forma a permitir que a Selecção Nacional aborde a sua congénere tunisina com níveis competitivos muito próximos dos desejados.
Mexer o menos possível na estrutura da equipa tem sido a divisa de Vasiljevic, que parece ceder um pouco, para acomodar Tony Cabaça, substituto de Landu no triunfo (10) diante do Botswana, na confirmação do apuramento. O guarda-redes do 1º de Agosto, com provas dadas em África, tem a seu favor o bom desempenho assinado nas últimas duas épocas.
Com Gelson de regresso à boa forma, depois da paragem por lesão, a entrada de Wilson Eduardo, autor do golo que selou a presença na fase final, é uma saudável “dor-de -cabeça” para os técnicos, numa estrutura ofensiva que conta igualmente com a presença de Mabululu, melhor marcador do Girabola, candidato a ganhar minutos de utilização.