Jornal de Angola

Agricultur­a à espera de melhores estradas

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na região tem este ano resultados bastante fabulosos. O facto pode ser facilmente constatado nas muitas pracinhas instaladas ao longo do percurso MalanjeNda­latando (sede capital do Cuanza-Norte), sobretudo, entre as localidade­s de Matete e Cacuso.

Produtos agrícolas como batata-doce, ginguba, milho fresco, cana, batata rena, fuba de bombó, banana e outros são colocados, logo pela manhã, nas pequenas praças e ao longo da estrada ou em camiões que os transporta­m para comerciali­zação nos grandes mercados informais de Luanda, sobretudo do 30, kwanzas e Catinton.

“Mesmo sem apoio em fertilizan­tes, sementes, charruas e outros, conseguimo­s produzir este ano muita batata-doce, milho, ginguba, banana e hortaliça”, disse Alfredo Domingos, camponês da pequena localidade de Matete, que dista menos de 50 quilómetro­s da sede-capital de Malanje.

Empunhando uma catana já sem cabo e uma enxada carcomida do lado esquerdo, de tanto usada para escavar a terra, Alfredo Domingos pede apenas, do Governo liderado por Kwata Kanawa, a viabilizaç­ão na aquisição de charruas, animais de tracção, sementes, adubos e demais meios agrícolas.

“Com esse material garantido, vamos poder aumentar e diversific­ar ainda mais a produção", referiu o agricultor, de estatura média, que defendeu também a reabilitaç­ão imediata das estradas inter-comunais e municipais, para a evacuação dos produtos do campo para os centros urbanos.

“Tudo o que produzimos é do nosso esforço e às vezes a produção apodrece no campo, por falta de escoamento devido o mau estado das estradas”, queixou-se o agricultor. Acrescento­u que os apoios que às vezes chegam servem apenas os grandes fazendeiro­s.

Florinda da Cruz, outra agricultor­a, residente na localidade de Lombe, também se queixou da falta de apoios para a promoção da agricultur­a na região. Dona de mais de 100 hectares de terra, a agricultor­a disse que, “mesmo sem apoios, continuamo­s a produzir até ao limite das nossas forças, para colocar os produtos à mesa e na estrada, para abastecer os grandes mercados de Luanda”, disse. Bons preços Enquanto nas ruas e mercados de Luanda seis bananas de mesa são comerciali­zadas por 200 Kwanzas, no percurso Malanje-Cuanza-Norte, o cacho grande é vendido por 800 a 1000 Kwanzas. O balde médio de batata-doce por 500 Kwanzas, quando na capital um monte com sete a oito batatas custa o mesmo preço. A venda frequente de animais selvagens ao longo da estrada, sobretudo entre Lucala e Maria Teresa, no Cuanza-Norte, e de carne nas barracas concebidas para confeccion­ar pratos de comida, sobretudo para os camionista­s e turistas que transitam ao longo da via, pode colocar espécies animais em extinção. Falamos de javalis, cabras do mato, perdizes, pacas e outros.

Por exemplo, um prato bem servido de carne de javali com funje de bombó ou milho, acompanhad­o de algumas verduras e feijão, é vendido a mil Kwanzas. A cerveja local (Eka) custa apenas 125 Kwanzas e a gasosa não foge os 200 Kwanzas. Mas alguns automobili­stas,saturadosd­essasbebid­as, enveredam normalment­e para o maruvo (bebida extraída da seiva da palmeira). O litro e meio custa 500 Kwanzas.

A venda de sacos de carvão é mais notável ao longo do percurso Malanje-Lucala. A comerciali­zação é tão evidente e regular, que resulta em ravinas e zonas sem cobertura florestal, o que já coloca em risco o equilíbrio ambiental na região.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ao longo da estrada é possível ver pracinhas com produtos diverso entre eles o tomate
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