Entre estradas à espera de melhorias e a agricultura a dar sinais de vida
Apesar dos camponeses malanjinos reclamarem de falta de apoio, a produção agrícola familiar está em alta. Já as estradas precisam, quase que invariavelmente, de melhorias
Viajar hoje de Malanje para Luanda por estrada já não constitui grandes constrangimentos para o cidadão. Pelo menos os 180 quilómetros de estrada que ligam a província da Palanca Negra ao município do Lucala (CuanzaNorte) encontram-se em perfeitas condições.
Reabilitada há um ano, a estrada está bem sinalizada, sem buracos e com uma largura que permite o cruzamento adequado entre veículos. Os automobilistas gastam não mais de duas horas para vencer o percurso entre as duas cidades, à velocidade permitida. Antes da reabilitação, dependentemente das condições do veículo, o troço era percorrido em mais de quatro horas.
A única precaução que os automobilistas devem ter sempre presente ao longo do trajecto é com animais (sobretudo cabritos), que estão permanentemente a atravessar a estrada, na aproximação de povoações.
Troço péssimo
No regresso a Luanda, para quem vem de Malanje, os únicos embaraços são observados nos mais de cem quilómetros de estrada que ligam Cuanza-Norte à vila de Ca tete, a pouco mais de 50 quilómetros da cidade de Luanda. A via NdalatandoLuanda encontra-se bastante esburacada. Notam-se na maior parte do trajecto buracos profundos.
“Com um pouco de paciência e esforço das autoridades do Cuanza-Norte, os mesmos (buracos) já estariam superados”, defenderam alguns automobilistas e populares, contactados pela nossa reportagem.
João Serafim, motorista de um camião acoplado de duas cisternas de combustível (gasóleo e gasolina), disse que faz o referido troço duas vezes por semana, para transportar o produto de Luanda para Malanje. Quando viaja para as províncias do Leste (Moxico, Lunda-Norte), faz o percurso apenas uma vez a cada quinze dias, atendendo ao mau estado das vias Luanda - Cuanza-Norte-Malanje para as regiões do Leste.
O motociclista Teixeira Kandimba foi mais longe nas suas declarações. “Afinal de contas, o que faz o Fundo Rodoviário criado pelo Executivo, concebido para proceder regularmente à manutenção das estradas?
Um outro automobilista que preferiu o anonimato considera que “os buracos que se observam na via LuandaCuanza-Norte podem ter soluções imediatas e com trabalhos mínimos, caso as autoridades de direito se interessem em resolver o problema”.
O automobilista sublinhou que a falta de qualidade das estradas construídas na região também o preocupam. Apontou o exemplo da via que liga Malanje ao Cuanza-Norte.
“Apesar desta estrada apresentar-se aparentemente em boas condições, a sua qualidade deixa muito a desejar. Foi reabilitada há um ano, mas nas próximas enxurradas estará, certamente, esburacada, porque a espessura não corresponde ao peso dos camiões carregados de mercadorias que nela circulam diariamente”, referiu.