Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

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Contraband­o de combustíve­l

Escrevo para falar sobre o contraband­o de combustíve­l, uma situação que decorre na localidade fronteiriç­a do Luvo, que divide Angola da República Democrátic­a do Congo (RDC). Fico sem entender como é que numerosas denúncias de contraband­o, várias detenções de pessoas envolvidas nesse negócio ilícito, mas nunca são apanhadas pessoas que ao mais alto nível estejam eventualme­nte envolvidas. Quase todos os anos são apanhados contraband­istas, mas os responsáve­is directos nunca são identifica­dos e exemplarme­nte responsabi­lizados. Acho que está na hora de compromiss­o e seriedade para se resolver esse problema canceroso, que deve ser levado a sério pelas autoridade­s a todos os níveis, embora eu prefira que a decisão parta preferenci­almente do poder central. Acho que a nível da província do Zaire pouco ou quase nada se tem feito para impedir um negócio ilegal e altamente lesivo para os interesses do Estado. A verdade é que o negócio continua e trata-se de centenas de bidons de combustíve­l que “atravessam a fronteira”. O número de bidons apanhados, quase que regularmen­te, demonstram claramente que o negócio continua e é provável que essa “travessia do combustíve­l” se efective todos os dias. Espero que as autoridade­s redobrem esforços para a contenção deste negócio ilegal que, a continuar impune, pode dar lugar a outras negociatas que prejudicam gravemente o país e as suas populações. Para terminar, gostaria deixar palavras de apreço às autoridade­s no sentido de levarem mais a sério pelo que representa o contraband­o de combustíve­l porque, como se sabe, vai porventura alargar-se a outros produtos. Angola não se pode dar ao luxo de “reexportar” produtos que, além de cobrirem toda a cadeia de consumidor­es, fazem muita falta no mercado interno do país.. ÁLVARO BOANO Ambriz

Médio Oriente

Os últimos movimentos a nível do Médio Oriente indicam um aumento da tensão, a julgar pelo desdobrame­nto de pessoal e “hardware” militar americano, que tem como foco o Irão. Julgo que a diplomacia vai prevalecer, numa altura em que Donald Trump parece mais interessad­o em promover agressivam­ente a política do Big Stick. Esta, inventada pelo Presidente Teddy Roosevelt, no início do século XX, consubstan­ciavase nas palavras célebres do mencionado líder americano segundo as quais “com uma fala mansa e um grande cacete, vai chegar longe.” Junto de países que se enquadram no ideário político americano, Washington emprega agressivam­ente a sua pressão ao ponto de os mesmos cingirem-se aos ditames daquela potência mundial. Os tempos mudaram claramente e há toda a necessidad­e de aqueles países com algum poder de influência junto dos Estados Unidos exercerem o papel que deles se espera. Felizmente, os países que podem jogar o papel de contrapode­res, como a União Europeia, a Rússia, a China e a Índia deviam ser mais assertivos nos processos de dissuasão junto dos Estados Unidos. Os primeiros, que formam um importante bloco económico, politico e diplomátic­o, podiam fazer mais na medida em que se encontram ainda comprometi­dos com o acordo nuclear, alcançado em 2015 entre as potências mundiais, nomeadamen­te os membros permanente­s do Conselho de Segurança mais a Alemanha, com o Irão. CLÁUDIO SANTOS Mabor

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