Jean-Pierre Bemba diz que regressa no dia 23
Um dos principais líderes da oposição congolesa, Jean-Pierre Bemba, acaba de anunciar o seu regresso ao país no próximo dia 23, mas sem clarificar qual a posição política que assumirá face ao novo Presidente Félix Tshisekedi, que não teve o seu apoio nas
Jean-Pierre Bemba, um dos políticos mais carismáticos da RDC, anunciou, desde Bruxelas, que chega a Kinshasa às 10h00 da manhã do próximo dia 23, mas, segundo a AFP, não disse qual a posição que irá ter em relação ao Presidente Félix Tshisekedi, com quem se desentendeu antes das eleições de Dezembro do ano passado.
O regresso de Jean-Pierre Bemba está a ser aguardado com enorme expectativa por parte das autoridades congolesas que recentemente acolheram outros dois importantes membros da oposição: Moise Katumbi e Sindika Donkolo.
Várias vezes, o Presidente Tshisekedi lançou apelos aos líderes congoleses que ainda se encontram no estrangeiro para que voltem ao país e se juntem ao esforço de reconciliação política que ele próprio iniciou com uma ampla amnistia que permitiu a libertação de todos os presos políticos e anulou uma série de processos judiciais que haviam sido impostos pelo seu antecessor, Joseph Kabila.
A 1 de Agosto de 2018, JeanPierre Bemba voltou pela primeira vez ao país depois de ter estado detido mais de onze anos numa prisão holandesa por ter sido condenado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, a uma pena de 18 anos, mas que foi interrompida devido a um recurso que apresentou e que foi julgado procedente.
Recentemente, Bemba, de 57 anos de idade, pediu uma indemnização de 70 milhões de dólares ao TPI com o objectivo de refazer a sua “saúde financeira”, fortemente abalada pelo tempo em que esteve detido e durante o qual viu muitos dos seus bens serem-lhe confiscados, não só na RDC como no estrangeiro.
Neste momento, a grande dúvida é saber qual a posição que Jean-Pierre Bemba vai assumir em relação ao Presidente Tshisekedi, uma vez que foi público o seu apoio a Martin Fayulu, candidato que passados quase seis meses desde as eleições ainda não aceitou a derrota.
É provável que a partir de agora e até à data do seu regresso a Kinshasa, Jean-Pierre Bemba proceda a um qualquer tipo de negociação, directa ou indirectamente, com Félix Tshisekedi uma eventual forma de colaboração que o inclua nos actuais esforços de reconciliação política entre todas as forças congolesas.
Ajuda do Banco Mundial
O Banco Mundial aprovou o financiamento de um projecto de nutrição e saúde na RDC no valor de 502 milhões de dólares noticiou a imprensa local.
De acordo com a rádio Okapi, que emite na RDC ao abrigo da missão das Nações Unidas naquele país, as províncias de Kwilu, Kasai Central, Kasai e Kivu do Sul serão as beneficiárias deste projecto multi-sectorial que visa reduzir a prevalência de baixa estatura, fornecer serviços comunitários e de atenção primária à saúde e nutrição, além de fornecer serviços de planeamento familiar.
Citado pela Radio Okapi, o director de operações do Banco Mundial para a RDC, Jean-Christophe, disse que este projecto nutricional, voltado para áreas de maior necessidade, “é o maior e mais ambicioso já financiado pelo Banco Mundial”, num país como a República Democrática Congo, “onde seis milhões de crianças ainda sofrem de desnutrição”.
O responsável acrescentou que a luta contra a desnutrição é “um compromisso de longo prazo”, considerando que se trata do “melhor investimento que as autoridades podem fazer”.
Espera-se que este projecto beneficie 1,5 milhões de mulheres grávidas e lactantes e 2,5 milhões de crianças menores de cinco anos, além de mais de 200 mil mulheres em idade reprodutiva, através de serviços de planeamento familiar.
“Este projecto irá melhorar o estado nutricional e físico das crianças beneficiadas, bem como o seu desenvolvimento cognitivo. Em última análise, ajudará a aumentar a produtividade desses futuros adultos para melhorar os níveis salariais e de rendimentos de indivíduos e famílias e acelerar o crescimento no país”, afirmaram Hadia Samaha e Jakub Jan Kakietek, líderes de equipa do projecto no Banco Mundial.
O regresso de JeanPierre Bemba está a ser aguardado com grande expectativa por parte das autoridades congolesas que recentemente acolheram outros dois importantes membros da oposição: Moise Katumbi e Sindika Donkolo