CARTAS DOS LEITORES
Redes sociais
Escrevo hoje para falar sobre o papel de medidor da pulsação social que está a ser desempenhado pelas redes sociais, hoje claramente um barómetro de tudo um pouco que ocorre nos meios de comunicação. Acompanho as redes sociais com algum interesse e noto que a sociedade angolana, cada vez mais, parece inclinar-se favoravelmente pela expansão das liberdades. No fundo, as redes sociais estão a servir de escape para o "desabafo" de muita gente, o que representa um progresso muito grande para Angola. Contrariamente ao que muitos defendem, alegando que há toda a necessidade de se apertar o cerco daqueles que usam as redes sociais e nem sempre com as melhores motivações, sou pela liberdade. As liberdades, os direitos e as garantias fundamentais dos cidadãos devem conhecer um aprofundamento e contínua promoção da parte das pessoas e entidades com poder de decisão. É escusado dizer que das pessoas que usam as redes sociais esper-se o respeito e cumprimento das leis porque ninguém, no seu perfeito juízo, defenderia o uso irresponsável das redes sociais. Ninguém pode dar-se ao luxo de usar as redes sociais com total desconhecimento das implicações envolvidas no uso e partilha de sons, imagens e vídeos de terceiros sem a devida autorização. A cultura da legalidade deve estar permanentemente presente quando acedemos a um computador para postar, enviar, reenviar e fazer demais partilhas. Como espelham bem as leis, o desconhecimento não isenta ninguém das responsabilidades em que incorre com a partilha indevida de dados, quer sejam imagens, sons ou vídeos, violando direitos de terceiros. ARTUR FERNANDES Boavista
Terrorismo no Sael
Há dias, li uma extensa reportagem no Courrier International sobre o terrorismo que grassa no Burquina Faso e fiquei completamente preocupado com o seu conteúdo. Parece existir um completo descaso sobre o que se está a passar naquela zona, envolvendo territórios do Mali, Burquina Faso, Níger, onde vários grupos terroristas e chefes locais parecem disputar todos os mesmos "espaços vitais". Tratandose de territórios extensos, sem presença administrativa do Estado, fronteiras extremamente porosas, não há dúvidas de que em determinada parte do Sael começam a ser criadas condições para a implantação de um novo Afeganistão em África. Segundo a reportagem da prestigiada revista editada em França, no Burquina Faso, os terroristas estão a testar, eventualmente a capacidade de resposta das autoridades, com sucessivos ataques, e parecem convencerem-se de que podem continuar a impor a sua agenda. Em determinadas regiões do leste do país, em que as forças armadas e a polícia não entram, são os vários grupos terroristas, alguns filiados da Al-Qaeda, Estado Islâmico e chefes tribais locais, que determinam o curso dos acontecimentos. Essas entidades infra-estatais, que se estão a comportar como verdadeiros Estados dentro do Estado. As populações começam a adaptar-se aos ditames impostos por essas entidades. Acho que a CEDEAO e demais instituições regionais e continentais deviam juntar esforços para inviabilizar a agenda dos grupos que se pretendem instalar nos territórios que compreendem aqueles países. PAULO CORREIA Samba