Empresários desafiados a pôr ideias em prática
Os empresários e empreendedores angolanos devem, no quadro da sua esfera de acção, assumir as iniciativas de negócios e pô-las em prática, tendo em vista o aumento da produção de bens e serviços de amplo consumo, defende a economista Laurinda Hoygaard.
Para a docente universitária, é importante, do ponto de vista do consumo e do investimento, que se sinta um maior assumir do protagonismo dos privados na economia, à medida que diminui a presença do Estado na economia.
Laurinda Hoygaard defendeu o aumento dos salários face à subida do custo de vida. "Não tenho dúvidas de que é preciso aumentar os salários, pois tem havido perda sucessiva do poder de compra", salientou
A economista, ressaltou, no entanto, que o aumento salarial deve ser bem estudado e compatibilizado com a questão da produtividade nacional.
"Todos os processos têm de ser vistos em conjunto. É preciso subir os salários, mas também é necessário criar mais riqueza e distribui-la melhor".", defendeu.
Em relação à perspectiva do aumento dos preços dos combustíveis no país, Laurinda Hoygaard disse concordar com a medida, apelando, contudo, para os cuidados a ter para não provocar um impacto negativo brusco na vida das pessoas. Para a economista, é importante estabelecer um ritmo para a subida dos preços dos combustíveis, deixando entender, nas entrelinhas, uma aplicação gradual do aumento até que se chegue ao preço desejável.
Pagamentos justos
Na perspectiva da economista, o ajuste dos preços dos combustíveis é uma das medidas acertadas para o melhoramento do mercado, que vai fazer com que cada um pague, na justa medida, aquilo que consome.
"Quando não pagamos o preço real daquilo que consumimos, não valorizámos devidamente o produto e, na maioria das vezes, isso está associado ao processo de desperdício", disse.
Uma das coisas que se nota estar em falta na estrutura de consumo dos angolanos, na opinião da economista, é o princípio da equidade e da justiça social.
Para ela, isso faz com que uns beneficiem mais e outros menos, além de que há também a percepção de que os mais ricos são que mais beneficiam deste estado de coisas.