“Makas” da União expostas a deputados
Novo secretário-geral garante que o único apoio que a instituição recebe é da Fundação Sol destinado a concurso
Os principais problemas que afectam o normal funcionamento da União dos Escritores Angolanos (UEA) foram apresentados, ontem, a deputados da 7ª Comissão especializada da Assembleia Nacional, que trata, entre outras matérias, das questões atinentes à cultura, que visitaram aquela instituição.
De acordo com o secretário-geral da UEA, David Capelenguela, recentemente eleito, o principal problema que enfrenta a instituição é de ordem financeira, uma vez que, desde Janeiro , não recebe do Ministério da Cultura a verba estipulada.
O único apoio que a organização tem, garantiu, é da Fundação Sol, destinado a patrocinar o concurso literário infanto-juvenil “Quem Me Dera Ser Onda”.
“A Sonangol há muito tempo que deixou de patrocinar as actividades culturais desenvolvidas pela UEA, assim como a publicação de livros”, disse David Capelenguela, que afirmou aos deputados ser difícil o normal funcionamento da instituição, a primeira associação cultural no país, criada a 10 de Dezembro de 1975.
Rever o actual estatuto da UEA foi uma das questões apresentadas aos parlamentares da 7ª Comissão, com a finalidade dos escritores sentiremse verdadeiros participativos no desenvolvimento do Plano Nacional da Cultura.
Questionado pelos deputados sobre a representatividade da UEA a nível do país e dos conteúdos literários dos seus associados, David Capelenguela disse que a União não tem representação em nenhuma província, apenas membros.
Quanto ao conteúdo literário, o secretário-geral da UEA disse que a instituição tem todo o material literário dos associados, desde a fundação proclamada pelo primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, 30 dias depois da Independência Nacional.
O presidente da 7ª Comissão da Assembleia Nacional, Nuno Carnaval, manifestou o desejo da nova direcção da UEA trabalhar no sentido de resgatar a mística da importância que a instituição granjeou no passado, tendo aproveitado a oportunidade para felicitar a actual direcção.
A História da fundação da União, disse Nuno Carnaval, não pode ser apagada, pois é uma “casa fundada pelo Poeta Maior, o Fundador da Nação e primeiro Presidente da República de Angola.”
O vice-presidente da 7ª Comissão, Vunda Salucombo, mostrou-se preocupado pelo facto do Centro Cultural Português, Centro Cultural Brasil-Angola e Alliance Française dominarem as realizações de actividades culturais na capital do país.