O desafio de Tomás
Ficou subentendido na entrevista que o vice-presidente do Petro de Luanda para o basquetebol concedeu, na última edição do Jornal dos Desportos, que a actual direcção do clube, encabeçada por Tomás Faria, termina o mandato em 2020. E, em obediência aos estatutos do clube, não será reconduzida para um terceiro.
Ora, embora o clube não tenha ao longo dos últimos anos perdido a sua sina ganhadora, em face das conquistas alcançadas a nível de modalidades como basquetebol, andebol e outras, o balanço a fazer a nível do futebol, que é a modalidade nuclear, não é simpático. É, a todos os títulos, ruim, diga-se com coragem.
Assim, Tomás Faria vê-se diante de uma missão hercúlea, que consiste em lavar a sua honra na próxima época futebolística, devendo procurar lutar, com todas as armas, para a conquista do Girabola, sob pena de ser taxado como o presidentes que não veio acrescentar valor algum ao histórico do clube. Quando se assume a direcção de um clube ganhador há este risco, de terminar vexado.
Realmente, estará a custar aos adeptos petrolíferos perceber o que aconteceu nos últimos anos à equipa de futebol. O Petro foi assistindo, incrédulo, a progressão do arqui-rival, que se foi aproximando gradativamente à sua marca, faltando muito pouco para o 1º de Agosto igualá-lo em número de títulos conquistados no Girabola.
Claro está que os tempos são outros. O Petro também já não vive a época dos “petro -dólares”, e isto terá causado, na certa, algum estrago no seu exercício administrativo, com reflexo negativo na prestação competitiva da equipa de futebol. Mas, para os exigentes adeptos do clube, isto não será argumento bastante para ilibar a direcção da responsabilidade pela crise de títulos.
Consola, é nossa convicção, a direcção de Tomás Faria saber que ainda se desenha no horizonte mais uma época futebolística, que pode aproveitar para fazer aquilo que ainda não foi capaz, de sorte a evitar uma saída pela porta dos fundos. Ainda é possível evitar o belisco ao nome, à honra e à glória.