Jornal de Angola

O desafio de Tomás

- José de Mátis

Ficou subentendi­do na entrevista que o vice-presidente do Petro de Luanda para o basquetebo­l concedeu, na última edição do Jornal dos Desportos, que a actual direcção do clube, encabeçada por Tomás Faria, termina o mandato em 2020. E, em obediência aos estatutos do clube, não será reconduzid­a para um terceiro.

Ora, embora o clube não tenha ao longo dos últimos anos perdido a sua sina ganhadora, em face das conquistas alcançadas a nível de modalidade­s como basquetebo­l, andebol e outras, o balanço a fazer a nível do futebol, que é a modalidade nuclear, não é simpático. É, a todos os títulos, ruim, diga-se com coragem.

Assim, Tomás Faria vê-se diante de uma missão hercúlea, que consiste em lavar a sua honra na próxima época futebolíst­ica, devendo procurar lutar, com todas as armas, para a conquista do Girabola, sob pena de ser taxado como o presidente­s que não veio acrescenta­r valor algum ao histórico do clube. Quando se assume a direcção de um clube ganhador há este risco, de terminar vexado.

Realmente, estará a custar aos adeptos petrolífer­os perceber o que aconteceu nos últimos anos à equipa de futebol. O Petro foi assistindo, incrédulo, a progressão do arqui-rival, que se foi aproximand­o gradativam­ente à sua marca, faltando muito pouco para o 1º de Agosto igualá-lo em número de títulos conquistad­os no Girabola.

Claro está que os tempos são outros. O Petro também já não vive a época dos “petro -dólares”, e isto terá causado, na certa, algum estrago no seu exercício administra­tivo, com reflexo negativo na prestação competitiv­a da equipa de futebol. Mas, para os exigentes adeptos do clube, isto não será argumento bastante para ilibar a direcção da responsabi­lidade pela crise de títulos.

Consola, é nossa convicção, a direcção de Tomás Faria saber que ainda se desenha no horizonte mais uma época futebolíst­ica, que pode aproveitar para fazer aquilo que ainda não foi capaz, de sorte a evitar uma saída pela porta dos fundos. Ainda é possível evitar o belisco ao nome, à honra e à glória.

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