Angola procura parcerias em Lisboa
Além da exposição, o fórum está a ser marcado por debates, envolvendo potenciais investidores e representantes de países com projectos atractivos.
Num cenário de diálogo directo entre investidores à procura de projectos para financiar e governantes que pretendem atrair capitais privados, arrancou ontem, em Lisboa, o Fórum de Energia de África.
Mais de 2.500 personalidades, entre eles 18 ministros e secretários de Estado da Energia de vários países do mundo, representantes de instituições financeiras e bancárias estão reunidos até ao dia 14 no Centro de Congressos de Lisboa, nesta 21ª edição do Fórum de Energia de África.
Além da exposição, o fórum está a ser marcado por debates, envolvendo potenciais investidores e representantes de países com projectos atractivos. O secretário de Estado da Energia de Angola, António Belsa da Costa, e os ministros da Energia de Cabo Verde, Burkina Faso, Libéria e Guiné Bissau participaram, ainda ontem, numa mesa redonda, durante a qual expuseram, para uma plateia de mais de duas mil pessoas, os projectos em curso nos respectivos países, as medidas para atrair investimentos privado no sector e os planos para os próximos 10 anos.
No fim de quase duas horas de debates, ficou a evidência do caminho que muitos países ainda precisam de percorrer para disponibilizar energia de qualidade para a população. É o caso, por exemplo, da Guiné Bissau, que tem uma capacidade instalada de apenas 15 MegaWatts (muito abaixo de Angola, com quase cinco mil MegaWatts), que nem chega para metade da população da capital, Bissau, e que procura investimentos para uma série de projectos para cobrir metade do pais.
Realidades diferentes foram apresentadas por Cabo Verde e Burkina Faso, cuja cobertura em termos de energia esta a quase 100 por cento da população. O desafio, agora, é atrair investidores para novos projectos, face às necessidades futuras, além de tornála mais limpa.
No caso de Cabo Verde, segundo o ministro da Energia, Alexandre Monteiro, o objectivo é aumentar a capacidade de produção, com mais 160 MegaWatts de fonte solar e 90 MegaWatts eólica. A estratégia, segundo o ministro Alexandre Monteiro, é utilizar a energia, igualmente, para a mobilidade pública.
Já para o Burquina Faso, o desafio é continuar a investir e, ao mesmo tempo, tornar a energia mais barata para os cidadãos.
"Não basta ter energia, é preciso levá-la a todos os lares, com a qualidade necessária, e torná-la acessível a todos. É preciso que todos os cidadãos tenham a possibilidade de pagar a energia", disse o ministro Bachir Quedraogo.