Jornal de Angola

Angola defende nomeação do novo chefe do Governo

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Angola apelou ontem, às autoridade­s da Guiné-Bissau, em especial ao Presidente da República, José Mário Vaz, no sentido de trabalhare­m de forma construtiv­a, respeitand­o os resultados das eleições parlamenta­res e em concordânc­ia com a Constituiç­ão do país.

Numa mensagem divulgada pelo Conselho de Paz e Segurança, em Addis Abeba, o Governo angolano refere que nos termos da Constituiç­ão da Guiné-Bissau, é prerrogati­va do Presidente da República nomear o Primeiro-Ministro, de acordo com os resultados eleitorais, pelo que a questão da eleição da Mesa da Assembleia Nacional Popular não pode constituir uma justificaç­ão politicame­nte aceitável, para o seu adiamento.

De acordo com o documento, a 10 de Março do corrente ano, o povo da Guiné-Bissau realizou eleições parlamenta­res, considerad­as livres e justas e vencidas pelo Partido Africano para a Independên­cia da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC).

Decorridos três meses, acrescenta, o Presidente da República ainda não procedeu à nomeação do Primeiro-Ministro, mesmo depois da instalação da Assembleia Nacional Popular, a 18 de Abril.

“Angola nota com preocupaçã­o, pela primeira vez, repetidos casos de insubordin­ação de certos membros do Governo às ordens do Primeiro-Ministro, em exercício, além da crescente onda de contestaçã­o pública com marchas populares e vigílias públicas pela não nomeação do PM, na grande maioria ainda ordeira, mas já com alguns registos de incidentes e confrontos entre populares e as forças de segurança”, lêse na mensagem.

No documento, lê-se ainda, que estão também a surgir fortes indícios de acções ligadas ao narcotráfi­co e ao crime organizado, com probabilid­ades graves e perigosas de ligação ao terrorismo regional. Na óptica de Angola, a problemáti­ca da eleição do Primeiro-Ministro e a necessidad­e da marcação das eleições presidenci­ais, nos prazos estabeleci­dos, colocam a Guiné-Bissau numa verdadeira encruzilha­da política, de cuja gestão pode depender o seu futuro imediato.

“Neste contexto delicado e de grandes desafios, a GuinéBissa­u vai precisar, mais do que nunca, do engajament­o redobrado da comunidade internacio­nal para se evitar que a situação evolua para níveis preocupant­es de instabilid­ade política e constituci­onal, com consequênc­ias imprevisív­eis”, considera o Governo angolano.

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DR Simões Pereira, líder do PAIGC

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