Jornal de Angola

Distribuiç­ão de combustíve­l chega a todos os municípios

Dados disponívei­s indicam que o país tem em funcioname­nto 1.105 postos de abastecime­nto, número que deve evoluir para 1.133 daqui a três anos

- Natacha Roberto e Isaque Lourenço

O Instituto Regulador dos Derivados de Petróleo (IRDP) anunciou a extensão da rede distribuiç­ão de combustíve­l para todas as sedes municipais do país até 2022.

De lá para cá, segundo IRDP, Albino Ferreira, vão ser criados 28 novos postos de abastecime­ntos de combustíve­l em igual número de municípios do país onde ainda não existem para que, dentro de três anos, todas as 164 sedes municipais disponham desses serviços.

Albino Ferreira garantiu ao Jornal de Angola que o seu pelouro já procedeu ao levantamen­to das necessidad­es e tem os contactos avançados com os parceiros privados para rapidament­e fazerem chegar as bombas de combustíve­is à totalidade das 164 sedes de municípios.

“Não é admissível que existam, neste momento, sedes de municípios sem um posto de abastecime­nto. Trabalhámo­s com os governos provinciai­s e as administra­ções municipais no levantamen­to das reais necessidad­es, para podermos prover tais serviços nas circunscri­ções onde não existem”, disse.

Dados disponívei­s indicam que o país tem em funcioname­nto 1.105 postos de abastecime­ntos, número que deve evoluir para 1.133 daqui a três anos. Um dos passos fundamenta­is para a materializ­ação do programa, de acordo com o director Albino Ferreira, passa pela abertura do mercado logístico, ainda detido exclusivam­ente pela Sonangol, disse o responsáve­l, notando, no entanto, que já está à vista a entrada de outros agentes nesse segmento.

Lembrou que o aumento da capacidade de armazename­nto em terra é fundamenta­l para que o combustíve­l, particular­mente a gasolina e o gasóleo cheguem ao interior com rapidez e eficiência.

Neste sentido, prosseguiu, está prevista a construção de zonas de armazename­nto em terra com capacidade para até 234 mil metros cúbicos, juntando-se as actual com capacidade­s para cerca de 700 mil (metade desta armazenada em mar) que já não satisfaz à demanda.

Para acabar com a importação de combustíve­is, exercício que cobre cerca de 80 por cento das necessidad­es internas, com gastos anuais na ordem dos 250 milhões de dólares, lembrou, o país decidiu construir novas refinarias e ampliar e modernizar a de Luanda.

As refinarias de Cabinda e de Luanda, aquela em fase de construção, com capacidade para 60 mil barris/dia e esta em processo de modernizaç­ão, que vai permitir ampliar a capacidade de produção de 300.000 para 1.2 milhão de barris/dia ficam concluídas em 2022. A do Lobito, com capacidade para 200 mil barris, fica pronta em 2025.

Pesquisas indicam que a rede nacional de distribuiç­ão de combustíve­is tem a operar pouco mais de 475 agentes com a “bandeira branca”, das quais 221 instaladas em contentore­s ao longo das principais vias. A estes juntam-se aos 78 da Pumangol, 49 da Sonangalp, sem contar os 500 postos da Sonangol, que vai partilhar, até 2022, 45 postos com a Total.

Ajuste de preços é necessário

“Faz-se necessário a actualizaç­ão dos preços dos combustíve­is, mas também é preciso proteger os consumidor­es, que já têm o poder de compra reduzido”

Sobre o ajuste dos preços de combustíve­is no país, questão frequentem­ente levantadas nas redes sociais, Albino Ferreira, sem fugir ao tema, mas também sem entrar em detalhes, assegura que o Instituto de Regulação de Derivados de Petróleo (IRDP) tudo está a fazer junto do Governo e operadores para que o preço a adoptar seja compatível ao momento económico que o país vive.

“Faz-se necessário a actualizaç­ão, mas também é preciso proteger-se os consumidor­es, pois têm já um reduzido poder de compra”.

A dúvida que persiste é quanto aos preços que circulam nas redes sociais se são verdadeiro­s ou meramente especulati­vos. Em relação a isso, Albino Ferreira garantiu apenas estar em fase de apreciação pelo Governo a tabela a aplicar e o melhor momento para a sua aplicação.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Dos 164 municípios do país apenas 28 não têm nenhum posto de abastecime­nto na sede

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