Selecção e FAF chegam a acordo
Presidente da Federação Angolana de Futebol prometeu pagar diárias até antes da partida (depois de amanhã) para o palco da prova africana
A repercussão da greve dos Palancas Negras, nas redes sociais e na imprensa, levou o presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF), Artur Almeida e Silva, a reconsiderar a decisão de não ouvir os jogadores. Depois da reunião de terçafeira à noite, voltou a reinar harmonia no balneário da equipa nacional, apesar de persistir a expectativa quanto ao cumprimento da palavra dada, por parte do dirigente.
A paralisação dos trabalhos no estágio em Portugal, segunda-feira, pelo facto de o líder federativo ter recusado abordar com os atletas o paradeiro do prémio de apuramento proveniente da CAF, bem como o pagamento das diárias, deu lugar a uma conversa esclarecedora, que definiu as balizas para que seja superado o impasse.
Ficou acordada a liquidação do primeiro subsídio semanal até sábado, dia da viagem da Selecção Nacional para o Egipto. Já o prémio da CAF, a ser distribuído com base no desempenho de cada um, assim decidiram os atletas, vai ser pago antes da estreia na competição, a 24 de Junho, frente à Tunísia.
Entrevistado ontem pela Rádio Cinco, Artur Almeida procurou simplificar as contas. “Vamos receber 50 por cento da verba proveniente da CAF, pela qualificação, que são 250 mil dólares, mas não sabemos quando é que isso vai acontecer. Os outros 50 por cento virão depois. No total são 500 mil”, explicou.
Com o propósito de rebater especulações, disse: “Temos esta confirmação desde ontem (terça-feira). Uma carta da CAF, que tive o cuidado de mostrar também aos atletas, na conversa que tivemos, para que eles percebessem que estamos numa outra era. Hoje na Federação os valores já não se escondem”.
O presidente da FAF gabou da cordialidade registada na reunião. “Acabámos por ter uma conversa bastante agradável. Restabelecemos o espírito de confiança. Aqueles que tinham de se desculpar, desculparam-se, pelos inconvenientes causados a todos. Neste momento o ambiente é bastante positivo. Creio até que isso reforçou a união do grupo.”
Porém, fonte do Jornal de Angola junto dos Palancas Negras avançou que os jogadores, encabeçados pelos capitães Mateus Galiano e Djalma Campos, recusaram a proposta de pedido de desculpas feita por Artur Almeida, por defenderem que não ofenderam ninguém, pois apenas reclamaram direitos.
O responsável máximo da Federação, apurou o Jornal de Angola, pediu aos pupilos de Srdjan Vasiljevic para não partilharem as inquietações com a sociedade. Que sejam ultrapassadas dentro do balneário, premissa que os atletas consideram impossível de ser observada quando a liderança se nega a dialogar.
Show recuperado
Limitado desde domingo, por causa de uma irritação nos dedos dos pés, Show, pêndulo do meio campo da Selecção Nacional, ao lado de Herenilson, está a cem por cento à disposição da equipa técnica. Ontem participou no treino matinal e na sessão nocturna com entrega total.
O trabalho dos Palancas Negras tem incidido na padronização das variantes tácticas, sobretudo no processo defensivo. A resposta às acções do adversário no espaço entre linhas tem merecido cuidado redobrado, sem deixar de parte o reposicionamento da defesa, em situação de perda da bola.
Vasiljevic tem exigido dos convocados pressão intermédia na fase de construção da equipa contrária. Encurtar o espaço nas acções defensivas é a grande preocupação do treinador, para quem o sucesso começa a ser construído de trás e confirmado pela força do ataque, onde puxa por Gelson Dala, Wilson Eduardo, Mateus Galiano, Geraldo, Freddy, Mabululu e Evandro Brandão.