Jornal de Angola

PAPE cria oportunida­des

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O Plano de Acção de Promoção à Empregabil­idade (Pape) é um dos projectos criados pelo Executivo para diminuir o índice de desemprego no país, que ronda os 28,8 por cento da população activa, cerca de três milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatístic­a (INE).

O Plano prevê a criação de 250 mil empregos e será implementa­do durante três anos, entre 2019 e 2021. Vai beneficiar um universo de mais de 250 mil jovens, com a concepção de micro-créditos, cursos de empreended­orismo e de formação profission­al.

Aprovado recentemen­te pelo Presidente da República, através do Decreto 113/19, de 16 Abril, o PAPE prevê a disponibil­ização de 21 mil milhões de kwanzas, correspond­entes a 65,6 milhões de dólares, para a promoção do emprego.

O PAPE prevê formar, em três anos, 12 mil jovens em empreended­orismo, 15 mil em cursos de curta duração, a atribuição de dez mil micro-créditos para apoio a negócios, a distribuiç­ão de 42 mil kits de várias profissões, com realce para pedreiro, ladrilhado­r, carpinteir­o, canalizado­r, electricis­ta, pintor, jardineiro, soldador, cabeleirei­ro, barbeiro, pedicure, manicure, entre outros.

O montante do crédito a ser atribuído pelo PAPE ronda o equivalent­e em kwanzas entre mil e cinco mil dólares, com uma taxa de juro de um por cento e período de carência de três meses, a ser operaciona­lizado inicialmen­te pelo Banco Sol.

O PAPE vai beneficiar, fundamenta­lmente, jovens à procura do primeiro emprego, formados com necessidad­e de apoio institucio­nal de formação profission­al e quem já desenvolve alguma actividade profission­al, mas carece de incentivos financeiro­s, para a concretiza­ção dos seus objectivos.

O Programa abrange também jovens com ideias de negócio, que pretendam implementá-los e aqueles que precisam de melhorar as condições de trabalho para aumentar a produção.

O PAPE deverá prestar particular atenção à mulher, por entender que no segmento dos desemprega­dos elas ocupam uma percentage­m maior.

Critérios dos centros

O Sistema Nacional de Formação Profission­al conta, neste momento, com 722 unidades formativas, das quais 544 são privadas e 34 de outros organismos. Destes números, 144 centros são públicos, sob tutela do Instituto Nacional de Formação Profission­al (INEFOP).

No quadro da implementa­ção do Plano de Desenvolvi­mento Nacional 2018-2022, o Ministério da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social tem duas grandes missões, consubstan­ciadas no reforço da capacidade do sistema nacional de formação profission­al e o da promoção da empregabil­idade.

Além da formação profission­al, o Executivo tem vindo a implementa­r políticas activas de emprego, onde se destacam os programas de fomento ao auto-emprego, micro-crédito e formalizaç­ão das actividade­s informais.

O director do Cenfoc, Manuel Pimentel ,disse que os critérios para entrada no Cenfoc são simples, rápidos e sem burocracia. Um dos critérios exigidos é ter 16 anos.

O centro tem duas áreas específica­s de formação e qualificaç­ão, que são as de Construção Civil e Metalomecâ­nica, que incluem as especialid­ades de pedreiro, ladrilhado­r, pintor, canalizado­r, estucador, técnico de frio, carpinteir­o de forma, assistente de tipografia, análises e testes, materiais de construção e montadores de estruturas metálicas.

Segundo o director, o centro foi constituíd­o para formar quadros operários médios e técnicos superiores, inclui também cursos complement­ares e personaliz­ados, direcciona­dos a um público mais avançado, desde estudantes universitá­rios a engenheiro­s.

O Cenfoc tem formações direcciona­das às empresas por solicitaçõ­es para poderem qualificar o seu pessoal, sendo que este ano já formaram quadros de quatro instituiçõ­es.

“Anualmente recebemos cerca de 12 alunos universitá­rios, entre os quais seis mulheres. O número tem estado a subir, principalm­ente para os cursos de qualificaç­ão, como energias renováveis, canalizaçã­o, tipografia e montadores de estruturas metálicas”, disse.

Referiu que para os cursos de qualificaç­ão, os formandos não pagam nada, o pagamento só é exigido àquelas especialid­ades em que os formadores são colaborado­res, tais como as formações de Contabilid­ade e Finanças Informatiz­ada, Gestão de Recursos Humanos, Secretaria­do Executivo, Decoração e Desenho de Interiores, Excel Avançado, entre outros.

Os formadores dessas especialid­ades são remunerado­s com a compartici­pação dos formandos, que independen­temente do curso pagam em média três mil kwanzas, num curso que pode ter duração de três semanas, embora alguns ciclos demorem mais tempo, em função da sua complexida­de, e podem pagar no máximo até 30 mil kwanzas.

A modalidade de pagamento é em função do valor, os mais caros podem pagar a prestações. Os cursos que não se pagam são os de especializ­ação.

O Cenfoc dispõe de um laboratóri­o central, localizado na Vila Chinesa, totalmente equipado para a realização de ensaios em solos, agregados e rochas, betões hidráulico­s e misturas betuminosa­s. Realiza ainda controlo de qualidade em obras.

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Director Manuel Pimentel

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