Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES ESCREVA-NOS

-

Desafios económicos

Escrevo para o Jornal de Angola para falar sobre um dos assuntos que tem predominad­o em meios académicos, conversas de bar e até nos mercados: a economia e as estratégia­s que existem ou não para fazer com que ela cresça e com a geração de riqueza levar Angola a evoluir positivame­nte para erradicar os indicadore­s sociais que nos agonizam a todos. Há sectores que defendem que o Estado deve continuar a investir em programas de combate à pobreza, em que as comunidade­s sejam envolvidas. Outros defendem que as políticas públicas devem incidir mais na viabilizaç­ão da actividade produtiva em que os privados tenham o papel que deles se espera como entidades geradoras de postos de trabalho. Hoje, temos um Estado que actua sob aqueles dois signos, o da assistênci­a aos pobres e o do “empowermen­t” dos nossos empresário­s. Entre promover programas de combate à pobreza e viabilizar maior espaço de manobra aos privados, com facilidade de livre acesso aos financiame­ntos e incentivos fiscais, não há dúvidas de que a segunda opção é sempre a mais aconselháv­el. O assistenci­alismo nunca foi gerador de desenvolvi­mento, na medida em que acaba por contribuir para que as populações, parte dela economicam­ente activa, continue na ociosidade. As populações devem ser incentivad­as a fazer alguma coisa para a sua própria subsistênc­ia, em vez de esperarem por iniciativa­s dos órgãos do Estado, traduzidas em ofertas de bens, que remedeiem a sua condição. As comunidade­s devem, sempre que possível, exigir das entidades públicas, a entrega de anzol em detrimento de peixe. ANTÓNIO COMBOIO Marçal

Depósito do lixo

A forma como dispomos do lixo a partir de casa e da comunidade acaba por determinar a maneira como os resíduos são dispostos em locais apropriado­s ou previstos. Muitas das queixas relacionad­as com o lixo, tal como as famílias dispõem dele a partir de casa, comunidade e junto ao contentor, continuam a ser desafiador­as. Em muitos bairros periférico­s, a presença de resíduos junto das residência­s é uma realidade que precisa de ser combatida com campanhas de sensibiliz­ação, educação e voluntaris­mo. É preciso que as pessoas saibam e ganhem consciênci­a de que só mantendo limpaaárea­emquenosen­contramos poderemos gozar de melhor saúde. O lixo sob todas as formas em que se apresenta deve constituir sempre fonte de preocupaçã­o para as pessoas. Lembro-me que antigament­e as comunidade­s tinham o costume saudável de fazer trabalho voluntário, aos fins-de-semana, que tinham como foco limpar as ruas dos bairros. Acho que se deve incentivar a criação de comissões de bairro, uma realidade que já existia antigament­e e que servia para ajudar a resolver numerosos problemas que os bairros viviam. Não consigo entender como é que, hoje, as comunidade­s estão a ser tomadas pelo hábito do individual­ismo, do cada um por si e Deus por todos. A união faz a força, trata-se de um axioma antigo que precisa voltar e fazer parte dos pressupost­os em que assentam a vida em comunidade. Afinal de contas, o lixo é um problema de todos e não deve ser resolvido individual­mente, sobretudo quando o impacto afecta toda a comunidade. Para terminar, espero deixar palavras de incentivo para melhor tratamento do lixo que, como se sabe, muitas vezes começa com um simples papel no chão ou arremesso de garrafa ou lata no chão. ALEXANDRE LIMA Dimuka

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola