Mina de bauxite ameaça cinco milhões de pessoas
O Fundo Mundial para a Natureza afirmou ontem que a exploração da mina de bauxite na floresta de Atewa, que o Governo do Gana pretende iniciar, pode ameaçar cinco milhões de pessoas e colocar mais de 100 espécies em risco.
Citado pela agência EFE, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla inglesa) referiu que apesar das denúncias das comunidades locais, o Governo ghanense já começou a enviar máquinas para a construção de acessos à mina. “Se continuar, a mina destruirá a floresta, uma área chave para a biodiversidade que abriga mais de 100 espécies ameaçadas no mundo”, alertou a WWF.
A floresta de Atewa tem três rios, que fornecem água potável para as comunidades locais e para a capital do país, Accra. “Apesar das confirmações do Governo, a mina de bauxite destruirá para sempre a floresta de Atewa, o que causará a extinção de espécies e secará as fontes de água”, disse Daryl Bosu, subdirector de “A Rocha Gana”, grupo que integra uma coligação das organizações ecologistas locais.
Segundo a WWF, os recursos arrecadados na exploração daquela mina de bauxite, a principal fonte de alumínio do mundo, serão usados para pagar à empresa chinesa “Sinohydro” pelos projectos de infra-estruturas que possuem no Gana.
Um relatório recente da plataforma de monitorização ecológica “Global Forest Watch” revelou que em 2018 houve um aumento, em 60 por cento, da perda florestal no Ghana em relação ao ano anterior, a maior perda no mundo.