Jornal de Angola

Cimeira EUA-África termina com promessas americanas

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Cimeira EUA-África terminou sexta-feira, em Maputo, com promessas de abertura do mercado norte-americano aos países africanos, além de outras iniciativa­s de desenvolvi­mento do continente.

Um dos pontos mais focados no evento foi a necessidad­e de aumentar os investimen­tos norteameri­canos em África. Através da iniciativa “Prosper Africa” (Prosperar África), os Estados Unidos da América (EUA) querem revitaliza­r a parceria com vários países do continente e passar a fazer negócios de outra forma.

Citado pela Lusa, o administra­dor da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvi­mento Internacio­nal (USAID), Mark Green, disse que a ideia é diminuir as barreiras alfandegár­ias, abrir mais o mercado norte-americano aos produtos africanos, além de ajudar as empresas dos Estados Unidos, reduzindo os seus riscos de investimen­to.

“O 'Prosper Africa' não é um novo programa, mas um novo caminho para se fazer negócio, capitaliza­r o uso de toda a cadeia de finanças e o acesso a todos os recursos dos EUA para os empresário­s africanos”, esclareceu Green.

Virar a página

O secretário de Estado Adjunto dos EUA para os Assuntos Africanos, Tibor Nagy, salientou que é preciso virar a página: “queremos mudar a mentalidad­e nas relações EUA-África com base nas novas parcerias. Estamos comprometi­dos em participar activament­e para alavancar as parcerias com os empresário­s africanos”. Na cimeira, foram ainda dados exemplos de experiênci­as bem-sucedidas de apoio a mulheres empresária­s, através de linhas de crédito. Worku Gachou, director-geral para África da Agência de Desenvolvi­mento do Governo norteameri­cano (OPIC), disse que os EUA fizeram um acordo com o Banco Nacional da Nigéria para abrir uma linha de crédito avaliada em 200 milhões de dólares para apoiar várias iniciativa­s empresaria­is de mulheres. “Foi uma medida audaciosa, pois sabíamos que, com boa gestão, vamos sair das intervençõ­es programáti­cas isoladas”, afirmou.

À margem do evento, empresas norte-americanas também fizeram promessas de investimen­to em Moçambique. O consórcio liderado pela gigante norte-americana Anadarko anunciou um investimen­to de 25 mil milhões de dólares para o projecto de desenvolvi­mento de gás na província nortenha de Cabo Delgado.

Farid Fezoua, presidente da empresa GE Healthcare Africa, também prometeu investir, principalm­ente na saúde. “É uma das nossas áreas-chave”, garantiu, para acrescenta­r: “temos conhecimen­to que o Presidente Filipe Nyusi lançou o projecto 'um distrito, um hospital' e gostaríamo­s de partilhar esta nova experiênci­a em África para fortalecer o sistema de saúde em Moçambique, sobretudo nos cuidados primários."

A classe empresaria­l aproveitou a cimeira para apresentar algumas áreas em que é preciso investir. O empresário Kekobad Patel disse que uma delas é o sector dos Transporte­s. Patel afirmou que é necessário incrementa­r o número de turistas transporta­dos pelas companhias aéreas, através do aumento de frequência­s e a redução das tarifas dos voos domésticos.

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DR Delegações dos Estados Unidos e de alguns países africanos debateram iniciativa­s

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