Humorista pede pontes de intercâmbio
A criação de pontes de intercâmbio entre os membros da lusofonia, particularmente os artistas, é um passo que deve ser dado regularmente, na opinião do humorista angolano Gilmário Vemba, como forma de “abrir novas portas” para divulgação dos trabalhos dos criadores destes países.
O humorista, que actuou sábado e domingo, em Maputo, no projecto cultural “ImproRiso” e no Festival Internacional de Teatro de Inverno de Moçambique (FITI), considerou extraordinária a união existente entre os artistas lusófonos.
O artista manifestou ainda a sua gratidão pela forma carinhosa como foi recebido pelo público moçambicano, assim como destacou a organização pelo trabalho mobilizador, que permitiu aos espectadores compreenderem o formato do espectáculo. Actividades do género, disse ao Jornal de Angola, são também uma forma de conhecer outras realidades artísticas e culturais, capaz de dar a todos uma noção de como está a evoluir a actual sociedade. “Ter contacto com um público diferente é sempre expectante, porque nunca sabemos como vão reagir, mas felizmente os moçambicanos foram fantásticos.”
Embora reconheça as dificuldades pelas quais os promotores de eventos culturais enfrentam, Gilmário Vemba acredita ser possível a conjugação de ideias para a criação de projectos sólidos e credíveis, que possam unir mais os moçambicanos e angolanos. “Precisamos começar a ter outras experiências no mercado africano, fundamentalmente entre os países de expressão portuguesa.”
Gilmário Vemba, que também é membro do grupo Os Tuneza, disse ter sido uma oportunidade de representar a classe artística angolana e mostrar a evolução do trabalho desenvolvido no país, no estilo Stand up Comedy. “Tenho usado ‘O Imortal’ como um dos melhores exemplos do que se faz actualmente em Angola, no género stand up comedy”, explicou.
Durante o espectáculo, acrescentou, fez alguns ajustes para incluircenasbaseadasnarealidade localedestaformacriarumamaior aproximação com o público, o que na sua perspectiva resultou naformacomoaplateiaoaplaudiu. Entrecenas“picanteseengraçadas” da sua trajectória de vida, antes e depois do sucesso, “O Imortal”, destacou, é uma retrospectiva pessoal, cuja essência pode ser revista na vida de qualquer um.
“Mr. Filadagoda”, como também é conhecido, é um dos mais sonantes nomes do humor nacional. Em 2003, criou, com Costa Vilola, José Chieta, Orlando Rodrigues e Cesalty Paulo, o grupo de humor “Os Tuneza”.