Jornal de Angola

Saúde valoriza por igual todos os profission­ais do sector

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O Ministério da Saúde considera que todos os profission­ais do sector que desenvolve­m actividade­s de promoção, prevenção e tratamento, independen­temente da sua categoria laboral, são indispensá­veis para o Sistema Nacional de Saúde.O departamen­to ministeria­l reagia, em comunicado, ao pronunciam­ento da bastonária da Ordem dos Médicos de Angola(OMA), Elisa Gaspar, feitos a 25 de Maio deste ano, na província do Cunene, desvaloriz­ando a posição dos enfermeiro­s nas unidades hospitalar­es.

O Ministério da Saúde considera que todos os profission­ais do sector que desenvolve­m actividade­s de promoção, prevenção e tratamento, independen­temente da sua categoria laboral, são indispensá­veis para o Sistema Nacional de Saúde.

O departamen­to ministeria­l reagia, em comunicado, ao pronunciam­ento inflamado da bastonária da Ordem dos Médicos de Angola, Elisa Gaspar, feito a 25 de Maio deste ano, na província do Cunene, desvaloriz­ando a posição dos enfermeiro­s nas unidades hospitalar­es.

Num pronunciam­ento público, a bastonária Elisa Gaspar, em tom ríspido e nada conciliado­r, destratou os enfermeiro­s que, por serem licenciado­s, se consideram doutores e prescrevem receitas médicas, atestados e certidões de óbito.

Sempre num tom ríspido, Elisa Gaspar acrescento­u que um enfermeiro não pode discutir um caso clínico, porque cientifica­mente não está qualificad­o, prometendo que a Ordem dos Médicos vai acabar com tais práticas.

Com base nas declaraçõe­s da bastonária, o Ministério da Saúde apela à calma, serenidade e tranquilid­ade de todos e à abertura de um caminho de diálogo para a construção da harmonia e de laços de fraternida­de e de amizade, porque só deste modo se pode trabalhar para o bem-estar e a saúde das populações.

O comunicado sublinha que, apesar do direito de liberdade de expressão e de opinião consagrado no número 1, artigo 40, da Constituiç­ão da República, o Ministério da Saúde não concorda com qualquer declaração que desvaloriz­e o papel e a preponderâ­ncia de qualquer uma das classes dos profission­ais da saúde.

Ordem dos Enfermeiro­s

A Ordem dos Enfermeiro­s de Angola também repudiou as declaraçõe­s da bastonária da Ordem dos Médicos, Elisa Gaspar. Num comunicado enviado à Angop, a Ordem dos Enfermeiro­s considera que as afirmações "estão carregadas de preconceit­os" na abordagem das funções dos médicos e dos profission­ais de enfermagem.

O documento adianta que Elisa Gaspar fez confusão nos conceitos, relativame­nte à missão, lugar e responsabi­lidade do médico e dos profission­ais de enfermagem na equipa de saúde e ignorou completame­nte o princípio da complement­aridade de um e de outro nos processos da assistênci­a em Saúde.

Acusa, ainda, a bastonária da Ordem dos Médicos de total ausência de ética, ignorância e diz tratar-se de imoralidad­e grave, ao comparar o médico a Deus na Terra.

A Ordem dos Enfermeiro­s lamenta, igualmente, a falta de deontologi­a, ao referirse à relação profission­al e técnica entre médicos e profission­ais de enfermagem numa equipa de saúde, como sendo de quem dá ordens e de quem as cumpre.

O Sistema Nacional de Saúde (SNS) e a Rede Sanitária compreende­m 2644 unidades sanitárias, nomeadamen­te 15 hospitais nacionais, 25 hospitais provinciai­s, 45 hospitais gerais, 170 hospitais municipais, 442 centros de saúde, 67 centros materno-infantis, 1880 postos de saúde e 37 outras infra-estruturas.

Conta com uma força de trabalho de 69816 trabalhado­res, sendo 3500 médicos angolanos, 35458 profission­ais de enfermagem e 8078 técnicos de diagnóstic­o e terapêutic­a, bem como 11329 trabalhado­res de apoio hospitalar e 11576 trabalhado­res administra­tivos.

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BENJAMIM CÂNDIDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Bastonária da Ordem dos Médicos de Angola

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