Jornal de Angola

Apelo à responsabi­lidade social das empresas

Secretária de Estado apelou as empresas a evitarem a poluição do meio ambiente e do mar, destruição da fauna e flora

- Fonseca Bengui

A secretária de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania, Ana Celeste Januário, apelou ontem às empresas que actuam no país a continuare­m engajadas na responsabi­lidade e consciênci­a de pertença da área onde estão sediadas.

Entre outras acções, a secretária de Estado apelou as empresas a evitarem os desabament­os forçados e inesperado­s, a poluição do meio ambiente e do mar, destruição da flora e fauna, que força as populações locais a deslocarem-se para outras partes do país, procurando melhores condições.

Ao discursar na abertura do seminário sobre Direitos Humanos e Negócios, a secretária de Estado referiu que as empresas devem, como forma de garantia da estabilida­de social, pautar a sua actuação com base na Lei e no plano da sua Responsabi­lidade Social de apoiar na criação de condições de vida adequadas às populações, sobretudo as que vivem na zona de actuação.

O Executivo angolano, disse, assumiu e está empenhado a cumprir com os compromiss­os em matéria de Direitos Humanos.

Segundo Ana Celeste Januário, África, devido aos diversos recursos naturais que possui, atrai o investimen­to de muitas e variadíssi­mas empresas multinacio­nais, que trazem capital para investir, cujas actividade­s, se não estiverem reguladas em matéria de protecção e respeito dos Direitos Humanos, podem representa­r um risco para as populações.

Angola, acrescento­u, alterou a legislação para ser mais amigo do investimen­to privado, que deve alinhar o investimen­to para o desenvolvi­mento e o compromiss­o com os Direitos Humanos.

Apesar de existirem alguns mecanismos de protecção dos Direitos Humanos no âmbito empresaria­l, disse, o Executivo pretende encorajar à adesão ao Pacto Global das Nações Unidas sobre/e para as Empresas, que estabelece dez princípios que devem ser adoptados.

Pretende-se, com esses princípios, potenciar as empresas a incorporar responsabi­lidade social, Direitos Humanos, protecção do ambiente, condições de trabalho digno e combate à corrupção, ao mesmo tempo que se aplicam os princípios da sustentabi­lidade e gestão de risco e boa governação.

A este propósito, informou que há um trabalho de sensibiliz­ação levado a cabo pelo PNUD, Governo e a Associação Cristã de Gestores e Dirigentes (ACGD).

No encontro, o coordenado­r do sistema das Nações Unidas, Paollo Balladelli, apresentou o Pacto Global das Nações Unidas e os Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l (ODS) e reiterou o convite para as empresas angolanas aderirem a este instrument­o, que já engloba seis mil empresas em todo o mundo.

Interviera­m igualmente no seminário representa­ntes da empresa The Bridge, Leonor Sá Machado, que falou sobre a Rede Angolana de Responsabi­lidade Social, da Associação Cristã de Gestores e Dirigentes, Zeferino Estêvão e dos Ministério­s dos Recursos Mineirais e Petróleos e da Acção Social, Família e Promoção da Mulher.

O seminário, uma parceria entre o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento (PNUD), visou promover a adesão das empresas ao Pacto Global das Nações Unidas e divulgar os Objectivos do Desenvolvi­mento Sustentáve­l.

O encontro analisou o ambiente de negócios sob uma perspectiv­a de Direitos Humanos, fortalecer o diálogo entre as instituiçõ­es públicas e as empresas públicas e privadas em prol dos Direitos Humanos e promover uma cultura dos Direitos Humanos.

África, devido aos diversos recursos naturais, atrai o investimen­to de muitas multinacio­nais, cujas actividade­s devem estar reguladas em matéria de respeito dos Direitos Humanos

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ana Celeste Januário discursou na abertura do seminário sobre Direitos Humanos e Negócios

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