Jornal de Angola

José Mário Vaz pede “preservaçã­o da paz”

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O Presidente cessante da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, pediu aos guineenses para preservare­m a paz e a liberdade antes de viajar sexta-feira para a Nigéria para participar na Cimeira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.

“Só estou preocupado com a paz que conquistám­os ao longo destes anos. Foram realmente os meus legados, a paz e a liberdade, e peço a todos os filhos da Guiné para os preservare­m para que amanhã, quem se sente nesta cadeira de Presidente, possa gozar de paz e de liberdade”, afirmou José Mário Vaz citado pela agência Lusa.

A deslocação de José Mário Vaz à Nigéria ocorre quando a Guiné-Bissau vive uma nova crise política e que levou a maioria dos deputados da Assembleia Nacional Popular a aprovar quinta-feira uma resolução que determina a cessação imediata das funções constituci­onais do Presidente da República e a sua substituiç­ão no cargo pelo presidente do Parlamento.

O ex-Presidente guineense falava aos jornalista­s no aeroporto internacio­nal de Bissau onde foi recebido por centenas de apoiantes e dirigentes do Movimento para a Alternânci­a Democrátic­a (Madem-G15) e do Partido de Renovação Social (PRS).

À chegada ao aeroporto, José Mário Vaz acabou por descer do carro e ir cumpriment­ar a população que o aguardava.

Salientand­o aos jornalista­s que queria deixar uma mensagem “importante ao país”, o ex-Chefe de Estado afirmou que foi através da unidade que a Guiné-Bissau conseguiu a independên­cia e que só com a unidade se poderá construir o país.

“Quero, e foi a razão da minha luta até ao dia de hoje, que haja unidade, coesão e solidaried­ade entre nós filhos da Guiné-Bissau. O que é importante é respeitar as leis da República, porque só assim é que podemos caminhar direito”, disse o Presidente, que não se pronunciou sobre a decisão do parlamento.

A resolução apela também à comunidade internacio­nal para “manifestar e garantir total e efectivo apoio, colaboraçã­o e solidaried­ade à Presidênci­a interina do Estado da Guiné-Bissau, bem como a não compactuar com eventuais manifestaç­ões de poderes à margem da Constituiç­ão e demais leis da República da Guiné.

No documento, é recomendad­o também “não reconhecer qualquer tipo de representa­tividade do Estado da Guiné-Bissau” a José Mário Vaz, nem assumir qualquer responsabi­lidade a eventuais compromiss­os que “o ex-Presidente” venha a assumir após a retirada de poderes pelos deputados.

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DR Ex-Presidente da Guiné-Bissau

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