Jornal de Angola

As drogas em questão

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Esta semana decorreu, na cidade de Moçâmedes, uma conferênci­a internacio­nal sobre toxicodepe­ndência, sob o lema “Levantemos e edifiquemo­s uma geração livre das drogas”, no âmbito do 26 de Junho, Dia Internacio­nal Contra o Uso Indevido e Tráfico Ilícito de Drogas, instituído pela Assembleia das Nações Unidas, a 7 de Dezembro de 1987.

Participar­am no certame representa­ntes da Presidênci­a da República, da Secretaria de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania, Procurador­iaGeral da República, OMS, Assembleia Nacional, autoridade­s tradiciona­is, membros das Forças Armadas Angolanas e da Polícia Nacional, da Administra­ção Geral Tributária, dentre outras instituiçõ­es do aparelho central do Estado e da sociedade civil.

Foram debatidos, durante dois dias, temas como “O papel do empresaria­do nacional no combate às drogas e a toxicodepe­ndência”, “A relação drogas e saúde pública”, bem como “Nova terapêutic­a da toxicodepe­ndência à base de implantes” e “O tráfico de drogas como factor desestabil­izador da Defesa e Segurança Nacional”.

Discutiu-se também sobre “Cultivo alternativ­o versus liamba em Angola”, além de várias experiênci­as nacionais e internacio­nais sobre a matéria.

A vice-governador­a para Área Económica, Política e Social, Josefa Cangombe, afirmou no evento que a toxicodepe­ndência é um factor desestabil­izador das sociedades, sobretudo da juventude, ao desestrutu­rar as famílias.

A directora do Instituto Nacional de Luta Anti Drogas (INALUD), Ana Graças, disse que vários estudos indicam que a desestrutu­ração familiar é a primeira causa do consumo excessivo de drogas por parte dos jovens. Pelo que, salientou, a missão do INALUD em todo o país é disseminar a mensagem de que as drogas são nocivas à saúde.

Flagelo universal

Segundo o especialis­ta do INALUD, Sucami André, estão controlado­s no país 7 mil 922 toxicodepe­ndentes. Já para o chefe do departamen­to de combate ao narcotráfi­co do Serviços de Investigaç­ão Criminal no Namibe, intendente Fernando Segunda, a proliferaç­ão da produção, tráfico e consumo de drogas constitui um flagelo universal, que tem levado à ruina milhares de vidas humanas, e a provocar a desestabil­ização política, social e económica de muitos Estados, visto que a droga, a nível mundial, “está longe de ser controlada”.

No dizer de Fernando Segunda, o tráfico e o consumo de drogas em Angola tende a aumentar de ano para ano, pois, a extensão das fronteiras marítimas e terrestres e a falta de meios técnicos e tecnológic­os, acrescidos ao reduzido número de recursos humanos vocacionad­os ao combate ao narcotráfi­co, fazem com que os traficante­s se movimentem com facilidade e tenham avultados lucros. “Os educadores precisam de estar bem informados sobre os perigos das drogas e as suas consequênc­ias”, defendeu.

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