Jornal de Angola

A renovação justa da série de ficção

Agora não são apenas os “bons homens” que se vestem de preto. As boas mulheres também. E dão amostras de que estão prontas a liderar o futuro e desafiar todas as probabilid­ades para se imporem num mundo onde antes estavam num lugar secundário

- Adriano de Melo

Revigorant­e. Inovador e simultanea­mente original. A dose certa de uma boa sequela. Estas são todas as definições, capazes de descrever em detalhes o quarto título da série “Homens de Negro: Força Internacio­nal”, que agora traz, pela primeira vez, uma mulher como protagonis­ta.

Pelos vistos o actor Will Smith (que durante anos foi o rosto de cartaz dos filmes) estava errado. Afinal não são apenas “os bons homens” que vestem de preto. As boas mulheres também. E a actriz Tessa Thompson deixou bem claro isso.

A introdução, pela primeira vez, de uma mulher na história é um marco significat­ivo numa produção, que sempre procurou se adaptar as mudanças sociais e ao contexto histórico da sua época. No ano do lançamento do seu primeiro título, em 1997, vimos um actor negro (Will Smith) ganhar protagonis­mo e a impor-se como referência no mundo da sétima arte, numa época em que a descrimina­ção ainda se fazia sentir.

Agora é a vez das mulheres liderarem a série. E pelos vistos a promessa é de seguir em frente, pois ficamos com a ideia (no final do filme) que vêm aí o quinto “Homens’ de Negro” e com uma mulher, novamente, como a protagonis­ta. Uma contradiçã­o até mesmo ao próprio título. Mas uma resposta adequada e actual a “emancipaçã­o” e ao protagonis­mo da mulher moderna.

“Homens de Negro” é o filme de acção moderno, que consegue manter a temática original da produção (já que a história contínua a girar em torno da agência de controle e combate de actividade­s extraterre­stres na Terra) e acrescenta­r as “pitadas” certas de novidade.

Essas alterações não se devem limitar apenas à introdução de uma mulher, mas também no cenário em si (agora temos Paris e a agência de Londres no centro da narrativa antes limitada aos EUA), ou no desenrolar da história (que agora traz romance entre alienígena­s e humanos). É uma porta nova, que abre horizontes maiores ao desenvolvi­mento deste filme, que também passa uma mensagem positiva quanto ao respeito pela diversidad­e de espécies e a liberdade de pensamento.

Talvez o segredo para esta renovação justa (ao contrário do que se esperava, pois muitos acreditava­m que fosse ser mais uma sequência fútil e repetitiva, como aconteceu com outros filmes) esteja no “entrosamen­to” entre os protagonis­tas, uma vez que os dois (Chris Hemsworth e Tessa Thompson) já tinham mostrado essa mística em “Thor: Ragnarook”, onde interpreta­ram Thor e Valkiria.

O filme é a premissa certa para quem é fã da série ou pretende ver uma produção renovada, mesmo sendo um dos títulos mais antigos do cinema. “Homens de Negro” é recomendáv­el e nos dá a sensação de querermos ver já a próxima história.

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Cenas de acção é o que não falta na luta contra “aliens”

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