Jornal de Angola

China anuncia novas linhas de crédito para o continente africano

O ministro do Comércio de Pequim declara a parceiros africanos a decisão da injecção de capitais para elevar a capacidade das empresas chinesas implantare­m negócios no continente

- Natacha Roberto | Changsha

O Governo chinês vai injectar dinheiro no Fundo de Desenvolvi­mento China-África, para alargar a linha de financiame­nto disponível para as companhias que investem em mercados africanos e, dessa forma, estimular o cresciment­o do sector privado, anunciou ontem o ministro do Comércio de Pequim, Quian Keming.

O Fundo de Desenvolvi­mento China- África é constituíd­o por acções administra­das pelo Banco de Desenvolvi­mento da China, que até Dezembro de 2018 disponibil­izou mais de 10 mil milhões de dólares a favor de projectos no continente.

Quian Keming explicou numa conferênci­a da 1ª Exposição Económica e Comercial China-África que as acções do fundo têm garantido a execução de vários projectos de investimen­to no continente, em como áreas como a infraestru­tura, energia, equipament­os e agricultur­a. Quando foi criado, em 2007, o Fundo tinha um valor inicial de cinco mil milhões dólares para apoiar empresas chinesas em África.

“A China vai continuar a promover a cooperação sinoafrica­na e estamos dispostos a assinar acordos para a eliminação da dupla tributação, promovendo seminários, rondas de negócios e a concessão de incentivos às empresas chinesas”, disse o ministro, para revelar a oferta chinesa de cooperação.

Os fluxos de capitais chineses vão servir para apoiar as companhias daquele país a implantare­m parques industriai­s e zonas económicas comerciais, segundo as leis e os regulament­os dos países beneficiár­ios. “Nós queremos que as empresas chinesas aumentem os investimen­tos no mercado africano”, incluindo o digital, declarou o responsáve­l.

Na sua opinião, o cresciment­o observado a nível das economias africanas situa-se numa média inferior a 4,0 por cento, pelo que o seu governo compromete-se a traçar estratégia­s para alterar o quadro do dinamismo da actividade económica destes países.

O ministro do Comércio da China reconheceu os esforços dos Governos para melhorarem o ambiente de negócios com a criação da Zona Livre de Comércio Continenta­l, a qual estimula a integração do continente africano e o cresciment­o do Produto Interno Bruto (PIB).

Para o responsáve­l do Comércio, a 1ª Exposição Económica e Comercial China-África constitui uma plataforma de negócios que vai ajudar a ampliar os laços de cooperação.

Banco da China

O presidente do Banco de Construção da China, Xu Yiming, reafirmou naquele fórum o compromiss­o do Governo em aumentar o volume de financiame­nto para as empreiteir­as chinesas que desenvolve­m vários projectos em países africanos.

“Temos subsidiári­as e fornecemos apoio ao sector da indústria e construção, dispondo de serviços e produtos financeiro­s para financiar 48 países”, afirmou, acrescenta­do que a instituiçã­o financeira colabora com 127 bancos africanos.

“A nossa instituiçã­o, considerad­a como o quinto maior banco do mundo, têm a missão de construir uma comunidade de futuro compartilh­ado com África”, declarou.

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DR Fluxos de capitais chineses vão servir para apoiar as companhias daquele país a criarem zonas económicas e comerciais

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