Jornal de Angola

Elias dya Kimuezo abre portas no Sequele

- Roque Silva

Quis o destino que fosse o Rei da Música Popular Urbana Angolana o primeiro, entre os cantores da Década de Ouro da música angolana, a actuar no Sequele. O registo ocorreu há cerca de uma semana, no espaço Repouso, no qual o artista de 83 anos foi cabeça-de-cartaz

Elias dya Kimuezo foi, assim, o primeiro a deixar as "impressões digitais" da velha guarda de músicos angolanos no Distrito Urbano do Sequele. Dya Kimuezo desfilou a sua musicalida­de, que navega sobre as ondas do género semba, na primeira edição do projecto musical “Tarde Dançante”.

Numa actuação de 30 minutos e sob o olhar atento de um público homogêneo, Elias dya Kimuezo, com 83 anos, começou por interpreta­r “Nzala”. Passeou ainda por “Samba Madia”, “Ressurreiç­ão” e encerrou com “Agostinho Neto”.

A performanc­e do Rei não deixou o público rendido, por ter sido feita em play back, mas valeu pela sua presença, como disseram alguns convivas.

Meigo, cortês e muito educado, distribuiu autógrafos e tirou retratos a pedido do público, depois de ter prometido ao Jornal de Angola que regressa, em breve, ao Sequele “para uma apresentaç­ão inesquecív­el”.

Cândido Fernandes, de 60 anos, disse estar regozijado por ter visto pela primeira vez um artista autêntico no Sequele, tendo referido que o público esperou por uma actuação “exemplar” por se tratar do Rei da Música Popular de Angola. “Devia ter sido acompanhad­o por uma banda, não é em vão que detém a coroa da música angolana”, disse o morador do bairro Maye Maye.

O cantor Jorge Sanjai, que saiu propositad­amente do Huambo, também actuou, interpreta­ndo os temas “Não quero discutir” (kizomba) e “Amor Volta” (semba), ao que se seguiu música no ambiente até às 6h00.

Novo conceito

O projecto “Tarde Dançante” tem agora novo conceito com a inclusão de uma banda de música e a aposta nos artistas da velha geração. O produtor, DJ Vampiro, disse ao Jornal

de Angola que após a presença do Rei a produção vai repensar e alterar o conceito do projecto, que ainda vai na fase inicial, e cuja ideia original é proporcion­ar ambientes de diversão aos jovens, adolescent­es e crianças.

“Ainda estamos a elaborar o programa, mas vamos criar outras atracções, para podermos agregar todas as idades”, disse.

O produtor referiu que a intenção é diversific­ar e fazer diferente dos espaços existentes no interior do Distrito do Sequele, em cujos projectos, segundo disse, actuam apenas jovens cantores.

"Os artistas mais velhos agora podem mostrar o que valem aqui no Sequele, com a alteração do conceito. Por isso, vamos aproveitar os nomes que já foram referência da música nacional e não apenas os artistas da nova vaga”, disse Vampiro.

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