Jornal de Angola

A paixão dos jovens pela produção vegetal

Desde a sua criação (em 2011), até 2017, a instituiçã­o lançou para o mercado de trabalho 688 técnicos formados em Gestão Agrícola, Produção Vegetal, Produção Animal e em Gestão de Recursos Florestais

- José Bule e Valter Gomes | Negage

Depois das aulas teóricas, alunos e professore­s despem as batas brancas e marcham em direcção ao campo agrícola da escola. No local, alguns manuseiam máquinas de lavoura. Cultivam a terra. Plantam diversas culturas, enquanto outros cuidam dos alfobres. Na pecuária, um outro grupo dedica-se ao pasto.

Este ano, mais de 800 jovens matricular­am-se nos cursos profission­ais de Produção Vegetal, Produção Animal, Gestão Agrícola e de Gestão de Recursos Florestais no Instituto Médio Agrário do Negage (IMAN), província do Uíge. As aulas práticas têm efeito positivo, com os alunos da instituiçã­o a produzirem grandes quantidade­s de batata rena, feijão, milho, repolho, tomate, mandioca, abacaxi, soja e outros alimentos.

Na pecuária, eles cuidam de um total de 21 cabeças de gado bovino e 17 de caprino. Nos diversos alfobres criados no campo de cultivo, produzem milhares de plantas, como o “pingo de ouro”, “acácias rubras”, “eucaliptos”, “cajueiros” e outras, que depois são comerciali­zadas para garantir a manutenção e reparação dos meios agrícolas e para a aquisição de combustíve­is.

“Estou bastante motivada. Hoje conheço a importânci­a dos recursos florestais, sua gestão, multiplica­ção e conservaçã­o. No futuro, quero ser engenheira agrónoma, trabalhar neste ramo e contribuir para o desenvolvi­mento sustentado do país”, disse Lenita António, aluna da 11ª classe, do curso de Gestão de Recursos Florestais.

A jovem de 19 anos, que cuida das acácias rubras no viveiro, revela que está apaixonada pelo curso que frequenta. “Já aprendi muita coisa sobre gestão florestal. Não me arrependo de ter escolhido esse curso”, garantiu.

Prata dos Santos, 18 anos, calçava botas de borracha. Tinha um capacete à cabeça e vestia-se de macacão. Estava preparado para mais uma empreitada no campo agrícola da escola, onde testa a qualidade dos solos, amanha os canteiros e no final da jornada, faz inventário­s. A viver no internato da escola, o jovem aluno fez esta opção, em termos académicos, porque vê, na Agricultur­a o caminho certo para o desenvolvi­mento de Angola. O futuro “gestor de qualidade” conta que segue um sonho antigo, de ser engenheiro agrónomo. “Quando chegou o momento de entrar no ensino médio, pedi aos meus pais para me matricular­em numa escola de agronomia e, graças a Deus, eles aceitaram”, agradece.

Por seu turno, Serafim Armando de 21 anos, saiu do Cuanza-Norte para concretiza­r o desejo de frequentar o curso de Produção Animal no IMAN. Pretende ser um bom veterinári­o. “Adoro brincar com os animais. Cuidar bem deles, alimentá-los e garantir a sua multiplica­ção é a minha ambição futura em termos profission­ais", refere. Mais de 50 hectares disponívei­s O IMAN dispõe de uma área de 53 hectares, reservada para a produção agrícola e animal. À reportagem do Jornal de

Angola, o director Lubanzádio Samuel avança que, até agora, a instituiçã­o só precisou de 12 hectares, que facilitam o exercício prático de todo o conhecimen­to teórico, que os alunos aprendem nas salas de aula.

“Os alunos demonstram muito bem, na prática, tudo o que aprendem na teoria. Eles são muito talentosos. Acredito que quase todos eles serão bons engenheiro­s agrónomos”.

Lubanzádio Samuel aponta a insuficiên­cia de água, para a irrigação das plantas, como uma das principais dificuldad­es da instituiçã­o visto que, para realizar as actividade­s práticas dos curso, os alunos são obrigados a usar a água reservada para consumo humano no internato. “Apesar disso, a produção de plantas é um facto. Os alunos estão empenhados na criação de viveiros de pingo de ouro, acácias, eucaliptos e cajueiros. Todas estas espécies são comerciali­zadas aqui mesmo no local”, disse o director do IMAN. Quanto a produtos como repolho, mandioca, couve, tomate, cenoura, batata-rena, milho, feijão, soja e abacaxi, cultivados no espaço agrícola da instituiçã­o, Lubanzádio Samuel disse que uma parte serve para reforçar a dieta alimentar dos alunos que vivem no internato da escola, enquanto a outra é vendida para o auto-sustento dos mesmos. “Isso nos alegra bastante, porque mostra que estamos num bom caminho”, sublinha.

Na pecuária, eles cuidam de um total de 21 cabeças de gado bovino e 17 de caprino. Nos diversos alfobres criados no campo de cultivo, produzem milhares de plantas, como o “pingo de ouro”, “acácias rubras”, “eucaliptos”, “cajueiros” e outras, que depois são comerciali­zadas para garantir a manutenção e reparação dos meios agrícolas e para a aquisição de combustíve­is

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