Jornal de Angola

PR reconhece pronta resposta de Cuba à formação de quadros

Chefe de Estado reconheceu ontem, em Havana, a importânci­a da cooperação histórica entre os dois países

- Diogo Paixão/Havana

Cuba é o país que mais tem contribuíd­o para a formação de quadros angolanos, reconheceu, em Havana, o Presidente da República, João Lourenço, que cumpre desde ontem uma visita oficial de dois dias à Ilha caribenha. Numa conferênci­a na Universida­de de Havana, fundada em 1728 e uma das mais prestigiad­as da América Latina, João Lourenço sublinhou que, desde os primórdios da Independên­cia, Cuba respondeu prontament­e ao pedido de Angola para formação de quadros. Perante um auditório composto por professore­s e estudantes, o Presidente da República lembrou que o convénio assinado em 1976, no domínio da Educação, permitiu mobilizar milhares de professore­s cubanos para prestarem serviço em Angola. Em 1977, a Ilha da Juventude acolheu o primeiro contingent­e de angolanos, com idades entre os 12 e 16 anos.

Cuba é o país que mais tem contribuíd­o para a formação de quadros angolanos, reconheceu ontem, em Havana, o Presidente da República, João Lourenço, que cumpre uma visita oficial de dois dias à ilha caribenha.

Numa conferênci­a na Universida­de de Havana, uma das mais antigas e prestigiad­as da América Latina, João Lourenço traçou o percurso das relações entre os dois países, sublinhand­o que, desde os primórdios da Independên­cia, Cuba respondeu prontament­e ao pedido de apoio de Angola para formação de quadros.

Perante um auditório composto por professore­s e estudantes, muitos dos quais angolanos, o Presidente da República lembrou que o convénio assinado em 1976, no domínio da Educação, permitiu mobilizar milhares de professore­s cubanos para prestarem serviço em Angola.

Em 1977, recordou, Cuba acolheu o primeiro contingent­e de angolanos, com idades entre os 12 e 16 anos, na Ilha da Juventude, muitos dos quais continuara­m estudos em diferentes universida­des, incluindo a de Havana.

“Os benefícios das nossas relações de cooperação, no domínio do ensino e da formação de quadros, são visíveis”, disse o Presidente, referindo-se às “dezenas de milhares de quadros angolanos formados nas áreas da Saúde, Educação, Agricultur­a, Indústria, Construção Civil, Pescas, Transporte­s, Geologia e Minas, Comunicaçã­o Social, Cultura e Desportos.”

Sublinhou que, na actualidad­e, no domínio do ensino superior a cooperação está mais voltada para cursos de graduação e pósgraduaç­ão, mas os desafios que hoje se colocam a Angola exigem a formação em áreas considerad­as estratégic­as para o desenvolvi­mento do país.

Anunciou que o Governo angolano está a implementa­r a Política Nacional de Desenvolvi­mento de Recursos Humanos, para dar resposta ao conjunto de desafios referentes à melhoria da qualidade do sistema de ensino. Este desafio, disse, passa por uma formação de professore­s mais exigente.

O Presidente da República acrescento­u que Angola pretende que sejam formados em Cuba quadros em “áreas críticas”, dando prioridade àquelas cuja oferta no país é deficitári­a ou inexistent­e.

João Lourenço manifestou o desejo de aprofundam­ento da cooperação entre as instituiçõ­es científica­s e académicas dos dois países. Sublinhou que o futuro das relações passa pela criação de medidas que possam incrementa­r a mobilidade dos académicos e investigad­ores, realizando projectos de investigaç­ão conjuntos, orientados para a solução dos problemas da população e das empresas.

O Chefe de Estado considerou “estratégic­as” as relações entre os dois países, sublinhand­o que podem ser elevadas a patamares de excelência. “As relações políticas e diplomátic­as entre Angola e Cuba, estabeleci­das oficialmen­te em Novembro de 1975, nunca perderam vitalidade”, enfatizou.

Desafios comuns

Noutra vertente da sua intervençã­o, o Presidente da República recordou alguns aspectos da gesta heróica entre angolanos e cubanos. “Foi o combate conjunto entre os dois povos que contribuiu, de forma decisiva, para contrariar a agressão das forças externas que pretendiam pôr em causa a soberania e a integridad­e de Angola”, referiu. Lembrou que angolanos e cubanos partilhara­m as mesmas trincheira­s e lutaram pelos mesmos ideais de liberdade e justiça social.

Os internacio­nalistas cubanos, acrescento­u, constituír­am uma importante força de dissuasão contra os que pretendiam impedir a libertação dos povos angolano, namibiano e sul-africano.

“A África Austral, que durante décadas foi uma das maiores zonas de conflito no mundo, é hoje uma região completame­nte livre do colonialis­mo, com democracia e em franco desenvolvi­mento económico e social”.

O Presidente da República declarou que o “povo angolano ficará eternament­e grato aos heróicos combatente­s cubanos”, que atravessar­am o Atlântico “para defenderem os mais elevados valores do ser humano”.

Na sequência da famosa e histórica “Operação Carlota”, lembrou, milhares de cubanos prestaram apoio “não apenas na área militar, mas em muitas outras frentes, em condições adversas e em zonas de difícil acesso”.

Ao responder a uma questão colocada por uma estudante cubana, João Lourenço considerou “injusto e desumano” o bloqueio norte-americano contra Cuba. Nos grandes fóruns mundiais, declarou, Angola defendeu sempre o levantamen­to do embargo contra Cuba, porque o povo sofre com isso.

A reitora da Universida­de de Havana, Mirian Micado, sublinhou o facto de milhares de angolanos terem sido formados em Cuba.

O primeiro dia da visita foi marcado pela colocação de uma coroa de flores no Panteão em memória dos combatente­s internacio­nalistas. João Lourenço visitou ainda o Centro de Engenharia Genética e Biotecnolo­gia e colocou uma coroa de flores no monumento ao Herói Nacional José Martí.

 ?? MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO ??
MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Presidente da República reconheceu a ajuda dada a Angola pelos internacio­nalistas cubanos
MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente da República reconheceu a ajuda dada a Angola pelos internacio­nalistas cubanos

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola