CARTAS DOS LEITORES
Dívidas e CAN Nunca assisti a tantos problemas e e greves de jogadores numa disputa do Campeonato Africano das Nações (CAN) em futebol sénior masculino como noto agora e, infelizmente, envolvendo até os nossos Palancas Negras. Embora desmentido, na verdade, o Jornal de Angola fez prova de que a onda de insatisfação pairava sobre a selecção, com sintomas claros de greve dos futebolistas, uma realidade que em vez de ser negada devia conhecer abordagem da parte de quem de direito. Uma pergunta incontornável, relacionada com dinheiros, é a seguinte : se a Confederação Africana de Futebol (CAF) dá dinheiro e a expressão é mesma essa, dá dinheiro, para as equipas que se qualificam para o CAN, porque é que as federações nacionais não se limitam a fazer chegar esse dinheiro, o todo ou parte, aos jogadores? Alguém consegue entender, por exemplo, como é que a selecção camaronesa vá à final deste CAN com prémios não honrados desde o torneio passado ? Acho que está na hora de a CAF tomar medidas mais severas , inclusive em nome do futebol africano, da boa imagem do continente, pelo menos em matéria de futebol, contra as federações nacionais que não honram os seus compromissos. ALFREDO BRANCO Lobito Padre Vieira e os professores com o entendimento, percebendo; há de concorrer Deus com a graça, alumiando. Para um homem se ver a si mesmo, são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelho e há mister olhos. Que coisa é a conversão de uma alma, senão entrar um homem dentro em si e ver-se a si mesmo? Para esta vista são necessários olhos, e necessária luz e é necessário espelho. O pregador concorre com o espelho, que é a doutrina; Deus concorre com a luz, que é a graça; o homem concorre com os olhos, que é o conhecimento. Ora, suposto que a conversão das almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles devemos entender que falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus? Não deixo de fazer uma reflexão sobre Educação tendo por base a Sexagésima. Acho que os pensamentos do Padre Vieira servem aqui também: de quem é a culpa, do aluno, da escola ou do professor? Sou católico e escrevo hoje para o Jornal de Angola para lembrar um bocado a memória do Padre António Vieira, uma ilustre figura da Igreja Católica Apostólica Romana, em Portugal. A primeira vez que conheci o Sermão da Sexagésima foi através de um actor que era financiado por alguma agência de cultura. Ele interpretava o Padre Vieira proclamando seu sermão famoso nas escolas de segundo grau. Fiquei impressionado na época, 1980, e continuo até hoje. Depois que abandonei o ateísmo, essas palavras da Sexagésima voltaram a ecoar na minha mente: Fazer pouco fruto a palavra de Deus no Mundo, pode proceder de um de três princípios: ou da parte do pregador, ou da parte do ouvinte, ou da parte de Deus. Para uma alma se converter por meio de um sermão, há de haver três concursos: há de concorrer o pregador com a doutrina, persuadindo; há de concorrer o ouvinte EUGÉNIO SATURNO