Os Palancas Negras e a formação
Os Palancas Negras não conseguiram qualificar-se para os oitavos de final do Campeonato Africano de Futebol (CAN), quando todos os angolanos tinham esperança de que era possível irmos mais longe na maior competição futebolística do continente. É preciso que se diga claramente que o nosso futebol está em crise. E as crises devem servir para se fazerem as devidas correcções. Há medidas que devem ser tomadas para que se resolvam problemas a curto, médio e longo prazos. Já temos no país alguns quadros superiores, formados na área desportiva, que podem ajudar o país a ter políticas que possam potenciar as diversas modalidades que temos, em particular as disciplinas em que temos maiores possibilidades de vencer os nossos adversários. Temos de acabar com o hábito de não se valorizarem os quadros nacionais que até em muitos casos se formam em prestigiadas instituições de ensino superior estrangeiras. Temos por vezes o mau hábito de só valorizarmos a competência dos nossos compatriotas quando os estrangeiros os consideram bons quadros. Temos inevitavelmente de prestar atenção à formação dos jovens. Tem de haver no país mais jovens a praticar futebol do que seniores. Os clubes, ao que parece, não querem investir na formação dos jovens, com raras excepções, como são os casos do Petro de Luanda e do 1º de Agosto. O Petro de Luanda e o 1º de Agosto têm formado jovens que têm até chegado à selecção nacional. Que outros clubes façam o mesmo. Sei que nem todos os clubes têm a possibilidade de ter escolas de formação por falta de dinheiro. Sugiro que o Estado financie projectos de cidadãos com competência comprovada na área de formação futebolística de jovens, para que no futuro possamos ter grandes selecções de futebol. Sugiro ainda que se os antigos jogadores de futebol sejam conselheiros de entidades que têm de gizar políticas desportivas, para que possam dar a sua contribuição ao nível da formação de jovens, na perspectiva de melhor desempenho na alta competição. Esses antigos praticantes de futebol estão aí. Eles foram jovens, andaram em escolas de formação e alguns deles jogaram em grandes equipas europeias.