Conflitos do continente são analisados em palco
A problemática da distribuição da riqueza em África é o foco do espectáculo dramático “Paraíso Selvagem”, do grupo Tujinguenji, a ser exibido hoje, às 20h00, na Liga Africana, no programa do Circuito Internacional de Teatro (CIT), que decorre até ao dia 16 de Setembro.
O director do grupo, Godofredo Pedro, disse ao Jornal de Angola que a peça assenta na disputa de riqueza entre dois africanos, no intuito de, em 40 minutos, chamar a atenção para as consequências e o perigo dos conflitos políticos e socioculturais gerados pela luta pelo poder.
Para muitos, continuou Godofredo Pedro, África é vista como um “paraíso de oportunidades”, onde alguns dirigentes estão dispostos a manter os conflitos, desde que consigam obter lucros a qualquer custo. Interpretada por cinco actores, o drama chama também a atenção para a má gestão dos recursos naturais do continente.
Actualmente, prosseguiu, os confrontos em África têm provocado milhares de refugiados. “A ideia é criticarmos o subdesenvolvimento do continente, causado pelos natos e os estrangeiros, assim como apontar eventuais soluções para o problema”, disse o director do grupo fundado há 25 anos, no Distrito Urbano do Rangel.
“Entre 4 Pecados”
O programa de actividades do Circuito Internacional de Teatro prevê, para amanhã, às 20h00, na Liga Africana, a exibição da peça “Entre 4 Pecados”, da Companhia de Teatro Vela, sobre o romance de um casal homossexual.
O director artístico da Companhia de Teatro Vela, Deazevedo Bochecha, informou ontem que a peça tem a duração de 50 minutos e é interpretada por dois actores, que trazem à reflexão todo o conservadorismo em torno da homossexualidade, assim como o posicionamento de muitas famílias e o preconceito sexual nestes casos, de que são vítimas os casais homossexuais nas sociedades tradicionais.
Ao longo do espectáculo, o público é levado a conhecer a luta para o casal se impor na sociedade, assim como a realidade de muitos destes homossexuais, levados, geralmente, a desistir das relações amorosas, devido à pressão social imposta, em particular nas sociedades conservadoras.