Casos registados
Muitos são os dentes hemofílicos que dão entrada na Pediatria de Luanda. Uns mais graves que outros. Sténio Yetu Manuel é um dos portadores desta doença. Actualmente com 19 anos, o jovem soube através da mãe, ainda criança, que era hemofílico.
A princípio, conta, foi difícil conviver com a doença, pois as frequentes crises deixam-lhe com fortes dores, o que lhe provocou uma deficiência nos membros inferiores.
Devido à hemofilia, teve que ficar quatro anos sem estudar. As crises resultaram em diversas intervenções cirúrgicas e constantes viagens para exterior do país. Hoje, perdeu o movimento nos membros inferiores e só agora frequenta a 10ª classe. Para ir à escola, apoia-se em canadianas.
Manvia Garcia tem um filho hemofílico. É empregada doméstica e conta que o descendente, de 8 anos, foi diagnosticado com a doença com 8 meses.
Depois de febres constantes e na altura a suspeitar de falciformação, por ter um caso na família, recorreu a algumas unidades hospitalares. Foi na Pediatria de Luanda que conseguiu o diagnóstico certo e ficou a saber que o filho é portador de hemofilia do tipo A.
Até hoje, Manvia Garcia diz ser difícil, como mãe, ver o filho com a doença, principalmente pelas dificuldades que encontra nas unidades hospitalares. Teme pela vida do filho, que vive com limitações até mesmo para brincar com os vizinhos que sofre preconceitos e discriminação.
“Alguns familiares sabem da doença, porque várias vezes tive de abandonar o emprego para cuidar do filho. Já houve vezes em que a patroa não aceitou dispensar-me, por isso, já tive de desistir de alguns postos de trabalho”, conta com um semblante carregado de tristeza.