Parlamentar pede mais acções a favor da mulher
Presidente da Assembleia Nacional destacou o papel das mulheres africanas na luta pela igualdade de género
O presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, considerou quarta-feira, em Luanda, que comportamentos que estimulam a violência e o assédio no local de trabalho configuram uma violação dos direitos humanos.
Fernando da Piedade, que falava no encontro do Grupo de Mulheres Parlamentares com a Mulher Sindicalizada, afirmou que tais comportamentos e manifestações colocam em causa a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho.
As consequências da violência e do assédio - psicológicas ou físicas - são atentatórias à dignidade da pessoa humana, disse o presidente da Assembleia Nacional, durante o acto em que apelou à mobilização da sociedade para a luta a favor dos direitos humanos, sobretudo dos direitos da mulher.
O líder do Parlamento angolano destacou o papel desempenhado pelas mulheres africanas na luta pela igualdade de género, no sentido de deixarem de ser relegadas para a mera condição de mães, esposas e donas de casa.
“Nesta senda, orgulhanos a trajectória e, sobretudo, as conquistas da mulher angolana no mercado de trabalho e nos órgãos de decisão política a todos os níveis. Contudo, não posso deixar de manifestar a nossa repulsa a comportamentos e práticas que constituem formas subtis de discriminação da mulher”, sublinhou.
O encontro de quarta-feira serviu para fazer a entrega formal da Convenção Contra a Violência e o Assédio no Local de Trabalho, documento adoptado, por maioria, pela OIT a 21 de Junho último.
A OIT (Organização Internacional do Trabalho) é a agência das Nações Unidas que reúne representantes de Governos, empregadores e sindicatos de 187 países.
Para que a convenção entre em vigor, é necessário que, pelo menos, dois terços de países a ratifiquem. Aqueles que levarem o processo adiante deverão adoptar políticas de sensibilização e uma legislação específica, com o objectivo de “proibir” a violência e o assédio no mundo do trabalho e estabelecer mecanismos de controlo e sanções.
A nova Convenção da OIT pretende garantir que o trabalhador tenha o direito de retirar-se de uma situação que represente “um perigo iminente e grave para a sua vida, saúde ou segurança, em razão da violência e do assédio, sem sofrer quaisquer represálias”.