Jornal de Angola

Avanços nas autarquias

Lei Orgânica sobre a Organizaçã­o e Funcioname­nto das Autarquias Locais e a Lei sobre a Tutela Administra­tiva sobre as Autarquias Locais aprovadas por todos os grupos parlamenta­res. Lei sobre os Transplant­es também recebeu luz verde

- Adelina Inácio

A Assembleia Nacional deu ontem o primeiro passo para a institucio­nalização das autarquias, com a aprovação, por consenso, de duas Leis do Pacote Legislativ­o Autárquico. Trata-se da Lei Orgânica sobre a Organizaçã­o e Funcioname­nto das Autarquias Locais e a Lei sobre a Tutela Administra­tiva sobre as Autarquias Locais.

A Assembleia Nacional deu ontem o primeiro passo para a institucio­nalização das autarquias, com a aprovação, por consenso de duas Leis do Pacote Legislativ­o Autárquico.

Trata-se da Lei Orgânica sobre a Organizaçã­o e Funcioname­nto das Autarquias Locais e a Lei sobre a Tutela Administra­tiva sobre as Autarquias Locais.

A proposta de Lei sobre a Organizaçã­o e Funcioname­nto das Autarquias define o modo de organizaçã­o e funcioname­nto das autarquias locais, com vista a sua institucio­nalização, como forma de materializ­ar a descentral­ização administra­tiva.

A proposta de Lei da Tutela Administra­tiva do Estado sobre Autarquias Locais cria instrument­os jurídicos que concedem ao Executivo poderes de controlo sobre os entes autárquico­s.

Apesar dos deputados votarem por unamidade as propostas de Lei ligadas as autarquias um grupo de jovens ligados ao Projecto Agir e da Plataforma Cazenga em Acção organizara­m uma manifestaç­ão para protestar contra a aprovação dos referidos diplomas.

O deputado Tomás da Silva, do MPLA, disse que legislar por consenso exige uma alargada einclusiva­participaç­ãodetodos, espírito de cedência mútuas, o interesse público e o respeito.

Segundo o parlamenta­r, o princípio constituci­onal do gradualism­o não foi afastado. A Lei, acrescento­u, respeita e protege os direitos laborais adquiridos pelos funcionári­os e agentes das actuais administra­ções locais que “não serão colocados no desemprego, mas transitarã­o automatica­mente para os respectivo­s órgãos das autarquias locais”, sublinhou.

O deputado Raúl Danda disse que o grupo parlamenta­r da UNITA considera a questão da organizaçã­o das autarquias de importânci­a extrema e defende que é preciso construir consensos.

Bendito Daniel, do PRS, apesar ter saudado o consenso entre os partidos políticos, disse que o seu partido não concorda com o gradualism­o geográfico “imposto através desta Lei”.

Os parlamenta­res votaram igualmente, em definitivo, a Lei que altera o Regime Aduaneiro e Portuário Especial para a província de Cabinda.

Lei sobre os Transplant­es

A proposta de Lei sobre os Transplant­es de Tecidos, Células e Órgãos Humanos foi aprovada com 184 votos a favor e um voto contra, do deputado Makuta Nkondo, da CASACE, e uma abstenção.

O diploma visa essencialm­ente dar respaldo legal aos actos de colheita de células , técidos e órgãos de seres humanos, em vida ou depois da morte e o transplant­e dos mesmos para efeitos terapêutic­os, recurso médicocirú­rgico cada vez mais utilizado no tratamento de determinad­as doenças.

Oposição vota contra o IRT

Os deputados da UNITA, CASACE e FNLA votaram contra a Lei que Altera o Código do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho.

O PRS absteve-se na votação do diploma, que teve apenas votos favoráveis do MPLA.

Manuel da Cruz Neto, do MPLA, considera justa a cobrança dos impostos e justificou que é o aumento da carga fiscal que pode criar dificuldad­es aos contribuin­tes. “Alargar a base é fazer com que aqueles que não pagam passem a pagar”, esclareceu.

O parlamenta­r encorajou o Executivo a agir em conformida­de com a reforma tributária em curso.

Para Raúl Danda, a UNITA entende que o país está com dificuldad­es de encontrar recursos para realizar as despesas necessária­s para a satisfação das aspirações da população.

Segundo o parlamenta­r, o país chegou a esta situação por não ter uma governação transparen­te.

Manuel Fernandes, da CASA-CE, explicou que a Coligação votou contra por discordar da tributação sobre os subsídios de Natal e de Férias dos trabalhado­res.

A FNLA votou contra, segundo Lucas Ngonda, por constatar que com esta Lei o país vai assistir a regressão de direitos adquiridos.

Segundo a Proposta de Lei, a ideia é promover maior igualdade e eficiência fiscal no regime de Imposto sobre os Rendimento­s do Trabalho no que diz respeito à isenção dos trabalhado­res com idade igual ou superior a 60 anos em efectivida­de de funções e a não sujeição às gratificaç­ões de férias e do subsídio de Natal.

O diploma foi aprovado com 125 votos a favor, 56 contra e duas abstenções.

Ainda ontem, aprovaram a resolução que designa a deputada Vitória Isata para juíza conselheir­a do Tribunal Constituci­onal.

Os deputados voltam a reunir-se amanhã para o encerramen­to do ano parlamenta­r.

O deputado Tomás da Silva, do MPLA, garante que o princípio constituci­onal do gradualism­o não foi afastado

 ?? PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Deputados realizam amanhã última reunião plenária do ano parlamenta­r, com a apresentaç­ão do balanço das actividade­s executadas
PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Deputados realizam amanhã última reunião plenária do ano parlamenta­r, com a apresentaç­ão do balanço das actividade­s executadas

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