Avanços nas autarquias
Lei Orgânica sobre a Organização e Funcionamento das Autarquias Locais e a Lei sobre a Tutela Administrativa sobre as Autarquias Locais aprovadas por todos os grupos parlamentares. Lei sobre os Transplantes também recebeu luz verde
A Assembleia Nacional deu ontem o primeiro passo para a institucionalização das autarquias, com a aprovação, por consenso, de duas Leis do Pacote Legislativo Autárquico. Trata-se da Lei Orgânica sobre a Organização e Funcionamento das Autarquias Locais e a Lei sobre a Tutela Administrativa sobre as Autarquias Locais.
A Assembleia Nacional deu ontem o primeiro passo para a institucionalização das autarquias, com a aprovação, por consenso de duas Leis do Pacote Legislativo Autárquico.
Trata-se da Lei Orgânica sobre a Organização e Funcionamento das Autarquias Locais e a Lei sobre a Tutela Administrativa sobre as Autarquias Locais.
A proposta de Lei sobre a Organização e Funcionamento das Autarquias define o modo de organização e funcionamento das autarquias locais, com vista a sua institucionalização, como forma de materializar a descentralização administrativa.
A proposta de Lei da Tutela Administrativa do Estado sobre Autarquias Locais cria instrumentos jurídicos que concedem ao Executivo poderes de controlo sobre os entes autárquicos.
Apesar dos deputados votarem por unamidade as propostas de Lei ligadas as autarquias um grupo de jovens ligados ao Projecto Agir e da Plataforma Cazenga em Acção organizaram uma manifestação para protestar contra a aprovação dos referidos diplomas.
O deputado Tomás da Silva, do MPLA, disse que legislar por consenso exige uma alargada einclusivaparticipaçãodetodos, espírito de cedência mútuas, o interesse público e o respeito.
Segundo o parlamentar, o princípio constitucional do gradualismo não foi afastado. A Lei, acrescentou, respeita e protege os direitos laborais adquiridos pelos funcionários e agentes das actuais administrações locais que “não serão colocados no desemprego, mas transitarão automaticamente para os respectivos órgãos das autarquias locais”, sublinhou.
O deputado Raúl Danda disse que o grupo parlamentar da UNITA considera a questão da organização das autarquias de importância extrema e defende que é preciso construir consensos.
Bendito Daniel, do PRS, apesar ter saudado o consenso entre os partidos políticos, disse que o seu partido não concorda com o gradualismo geográfico “imposto através desta Lei”.
Os parlamentares votaram igualmente, em definitivo, a Lei que altera o Regime Aduaneiro e Portuário Especial para a província de Cabinda.
Lei sobre os Transplantes
A proposta de Lei sobre os Transplantes de Tecidos, Células e Órgãos Humanos foi aprovada com 184 votos a favor e um voto contra, do deputado Makuta Nkondo, da CASACE, e uma abstenção.
O diploma visa essencialmente dar respaldo legal aos actos de colheita de células , técidos e órgãos de seres humanos, em vida ou depois da morte e o transplante dos mesmos para efeitos terapêuticos, recurso médicocirúrgico cada vez mais utilizado no tratamento de determinadas doenças.
Oposição vota contra o IRT
Os deputados da UNITA, CASACE e FNLA votaram contra a Lei que Altera o Código do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho.
O PRS absteve-se na votação do diploma, que teve apenas votos favoráveis do MPLA.
Manuel da Cruz Neto, do MPLA, considera justa a cobrança dos impostos e justificou que é o aumento da carga fiscal que pode criar dificuldades aos contribuintes. “Alargar a base é fazer com que aqueles que não pagam passem a pagar”, esclareceu.
O parlamentar encorajou o Executivo a agir em conformidade com a reforma tributária em curso.
Para Raúl Danda, a UNITA entende que o país está com dificuldades de encontrar recursos para realizar as despesas necessárias para a satisfação das aspirações da população.
Segundo o parlamentar, o país chegou a esta situação por não ter uma governação transparente.
Manuel Fernandes, da CASA-CE, explicou que a Coligação votou contra por discordar da tributação sobre os subsídios de Natal e de Férias dos trabalhadores.
A FNLA votou contra, segundo Lucas Ngonda, por constatar que com esta Lei o país vai assistir a regressão de direitos adquiridos.
Segundo a Proposta de Lei, a ideia é promover maior igualdade e eficiência fiscal no regime de Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho no que diz respeito à isenção dos trabalhadores com idade igual ou superior a 60 anos em efectividade de funções e a não sujeição às gratificações de férias e do subsídio de Natal.
O diploma foi aprovado com 125 votos a favor, 56 contra e duas abstenções.
Ainda ontem, aprovaram a resolução que designa a deputada Vitória Isata para juíza conselheira do Tribunal Constitucional.
Os deputados voltam a reunir-se amanhã para o encerramento do ano parlamentar.
O deputado Tomás da Silva, do MPLA, garante que o princípio constitucional do gradualismo não foi afastado