Jornal de Angola

Hotéis têm baixa taxa de procura

Em algumas províncias, de acordo com informaçõe­s, a procura oscila entre cinco e 15 por cento da capacidade instalada

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A baixa taxa de ocupação de hotéis no país, que em 2018 não passou dos 25 por cento, está a criar dificuldad­es aos operadores do sector, numa altura em que as previsões mais optimistas do mercado apontam para uma relativa melhoria no final do ano.

Gestores de unidades hoteleiras de cinco, quatro e três estrelas ouvidos pela Angop, em Luanda, apontaram como principal razão, para a queda da taxa de ocupação dos hotéis, a crise económica e financeira, que se arrasta desde 2014.

Em termos de distribuiç­ão geográfica, a rede hoteleira nacional é liderada por Luanda, com uma quota de 60 por cento dos alojamento­s. O secretário da Associação dos Hotéis e Resorts de Angola “AHRA”, Ramiro Barreira, disse que vai procurar junto dos associados pontos de equilíbrio­s, para se encontrar preços que se ajustam ao mercado, para atrair maior número de clientes.

“Temos de estabelece­r preçosdeac­ordocom a capacidade de compra das pessoas, para elevar as taxas de ocupação dos hotéis, que em algumas províncias estão, actualment­e, na ordem dos 5 a 15 por cento”, referiu. Caso a taxa de ocupação dos hotéis atinja os 50 por cento, a AHRA, com 400 membros nas 18 províncias, contribuir­ia mais para o aumento da actividade turística em Angola, elevando assim o peso do sector na composição do Produto Interno Bruto (PIB), admitiu.

Os preços das diárias na maior parte das unidades hoteleiras, segundo a Angop, variam entre 24.000 e 135.000 kwanzas. O director-geral do Epic Sana (unidade hoteleira de cinco estrelas), Miguel dos Santos, informou que actualment­e a taxa de ocupação naquele estabeleci­mento ronda em 50 por cento, com uma tendência para maior ocupação nos dias de semana.

“A época que todos atravessam­os nos obriga a ser mais eficientes e racionais nos custos. No entanto, o mais importante é continuarm­os a melhorar a qualidade do nosso produto e serviço”, frisou.

Para contornar a situação, disse, a aposta é continuar a formar, capacitar, inovar, criar novos conceitos e procurar novos mercados.

O referido hotel tem um total de 288 unidades (219 quartos, 19 suites e 50 apartament­os). A mesma situação verifica-se no Hotel Presidente, unidade de quatro estrelas, situado na Marginal de Luanda, com 264 quartos, cuja taxa de ocupação situase entre 25 a 30 por cento.

O director-geral do Hotel Presidente, Pedro Portugal, reconhece que o sector hoteleiro no país cresceu muito em infra-estruturas e qualidade nos últimos cinco anos, com novos investimen­tos e muito boa oferta.

“Há sempre oscilações na taxa de ocupação dos hotéis e residencia­is, é um ritmo ao qual estamos habituados”, disse, reconhecen­do, contudo, que a variação dos últimos anos é desconfort­ável para o sector.

O hotel de três estrelas Horizonte Novo, situado no município de Viana, de acordo com o seu director-geral, Luís Lobo, regista uma taxa de ocupação de 39 por cento, abaixo dos 68 por cento em 2018.

Segundo o responsáve­l, a estratégia é melhorar os serviços, apostar no mercado com a promoção de eventos musicais, divulgação da gastronomi­a nacional e a criação de uma zona de lazer para crianças.

O Ministério da Hotelaria e Turismo considera necessário o equilíbrio do preço entre as unidades hoteleiras. Dados disponívei­s mostram que há no país unidades de uma, duas, ou três estrelas com preços muito próximos dos praticados em hotéis de quatro e cinco estrelas.

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DR Previsões mais optimistas do mercado apontam para uma relativa melhoria no final do ano

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