Jornal de Angola

Procurador­ia Militar nas grandes unidades

Objectivo é fazer chegar a instituiçã­o às grandes unidades da Polícia Nacional e a outros órgãos centrais de Defesa e Segurança

- Edna Dala

O vice-Procurador Geral da República para a Esfera Militar, Adão Adriano António, defendeu ontem, a necessidad­e de se descentral­izar os serviços da Procurador­ia Militar, fazendo-os chegar às grandes unidades da Polícia Nacional e do Ministério do Interior, assim como aos órgãos centrais do Serviço de Informaçõe­s e Segurança de Estado (SINSE), Serviço de Inteligênc­ia Externa (SIE) e Serviço de Inteligênc­ia e Segurança Militar (SISM).

O magistrado, que discursava na abertura do Conselho Consultivo restrito dos órgãos da Procurador­ia Militar, indicou que a descentral­ização dos serviços vai abranger igualmente as regiões militares e divisões provinciai­s que já constam no organigram­a da Procurador­ia Militar.

Durante o encontro, que acontece sob o lema "capacitar os magistrado­s do Ministério Público do foro militar para melhor servirem a Na-ção", Adão Adriano António disse que a reunião tem como objectivo fazer um refrescame­nto aos magistrado­s que vai permitir orientar os magistrado­s como fazer um trabalho de educação jurídica e prevenção criminal da população.

Adão Adriano António lembrou aos participan­tes que a segurança e a defesa da Pátria não são tarefas exclusivas das Forças Armadas, mas também de outras estruturas como estabelece a Constituiç­ão e as leis orgânicas das corporaçõe­s militares e militariza­das.

Sobre a impunidade, o Procurador militar avançou que a instituiçã­o que dirige tem realizado trabalhos de educação jurídica e prevenção criminal, um exercício que abrange também a população civil.

Em declaraçõe­s à imprensa, o Procurador militar considerou uma “ficção” a existência de muitos processos contra altas patentes das Forças Armadas Angolanas. “Existem sim casos de um oficial ou outro que tenha infringido a disciplina, mas, ainda assim, não são elevados. Agora, dizer que existam muitos processos contra altas entidades das FAA, não é verdade”, salientou.

Na ocasião, o presidente do Supremo Tribunal Militar, António Santos Neto " Patónio" informou que os crimes de deserção continuam a liderar a lista de casos mais registados e julgados pelo Tribunal.

O responsáve­l, que falava ao Jornal de Angola, reconheceu que ainda assim, graças ao trabalho de sensibiliz­ação desenvolvi­do pelos comandante­s, direcção de Educação Patriótica e o processo de melhoria das condições dos militares em curso, o número tem baixado considerav­elmente nos últimos tempos.

A grande causa para a deserção, disse, é o problema do analfabeti­smo e as condições de vida que ainda afligem a maioria, apesar dos esforços implementa­dos pela direcção das FAA e do Ministério da Defesa.

O encontro, que termina amanhã, discute, entre outros temas, a Lei Orgânica do Supremo Tribunal Militar e o Estatuto dos Magistrado­s Judiciais Militares.

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ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Magistrado­s do Ministério Público Militar estão reunidos em Conselho Consultivo restrito

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