Estratégia contra as alterações climáticas
As alterações climáticas em todo o mundo é uma realidade e, com particular impacto nas regiões menos desenvolvidas, em termos económicos, como sucede em África, partes da Ásia e na América Latina. Infelizmente, os países que mais poluem, que mais contribuem para as emissões de gases poluentes do meio e com mais meios para inverter o actual quadro, são os que menos sofrem com o aquecimento global e os seus efeitos. E alguns resistem a adoptar procedimentos legais e materiais no sentido da inversão da presente atmosfera de contínua degradação das condições de vida no planeta.
O impacto da seca, da desertificação e a consequente escassez de terras aráveis, da degradação do ar atmosférico, entre outros, por consequência das alterações climáticas, ameaça a continuidade da vida na terra.
Numerosas instituições internacionais têm feito advocacia para a mudança comportamental na forma como são usados os recursos naturais, a maior parte, senão todos eles, não renováveis.
Essa realidade, ligada às alterações climáticas, é tema permanente da vida, ao ponto dos Estados, Governos e organizações internacionais, regionais e locais empenharem-se nos esforços para minimizar muitos dos seus efeitos gravosos.
Há dias, representantes de organizações da sociedade civil da Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral (SADC), discutiram a elaboração de uma estratégia definitiva para o combate à degradação dos ecossistemas, pobreza e mitigação dos efeitos das alterações climáticas.
Sem exagerar, podemos dizer que, tal se notam já no presente, entre os principais desafios que Angola vai enfrentar constam lidar com os efeitos provocados pelas alterações climáticas.
Se os países da Região da SADC, fruto de estudos aprofundados e concertação, souberem gizar uma estratégia regional e, e função do qual ou não, cada país formular o seu plano interno, mais fácil se conseguirá mitigar as consequências.
O que se passa no Sul do país, numa altura como esta em que o fenómeno natural afigura-se como dos mais severos já enfrentados, deve levar a um aprendizado que torne urgente a criação de estratégia nacional.
No Fórum da SADC, que termina hoje, acreditamos que foi possível a partilha de informação e experiência entre os representantes de organizações da sociedade civil da SADC e que os resultados, recomendações e conselhos vão chegar às entidades com poder de decisão nos respectivos países.
Apenas com uma “política agressiva” de defesa do ambiente, primando pela preservação da biodiversidade e no alargamento das áreas de conservação, de acordo com os padrões internacionalmente observados, vamos ser capazes de "amortecer” os efeitos negativos das alterações climáticas.
O tempo urge e acreditamos que as autoridades investidas de poderes têm consciência dessa realidade.
Cada país deve fazer a sua parte e não há dúvidas de que Angola, nesta senda, procura fazer o mesmo para reduzir os efeitos negativos.
A aprovação da Estratégia Nacional de Biodiversidade e Áreas de Conservação e a elaboração da Estratégia Nacional das Alterações Climáticas podem ser ferramentas úteis nos esforços para conter “o sofrimento” do meio com reflexos no equilíbrio da vida no planeta terra.