As nossas vacinas
Vivo no Bairro Palanca escrevo para o Jornal de Angola para falar um bocado sobre algumas vacinas que deviam constar da rede pública, numa altura em que se fala sobre vírus e bactérias. Há dias, alguém falou sobre uma bactéria, uma ameba, que aparece alegadamente na água consumida no país e que possui um poder destruidor sobre o cérebro. Segundo o que se disse. creio que tinha sido numa estação de rádio, a referida ameba "consome o cérebro", uma realidade que devia merecer da parte das entidades que superintendem o nosso sistema de saúde a prestar mais atenção. É verdade que hoje melhorou muito o acesso aos cuidados de saúde, razão pela qual muito provavelmente as razões para a existência de campanha de vacinação, nos moldes em que se fazia no passado, não fazem muito sentido. No entanto, julgo que é importante e devíamos ser mais proactivos na contenção ou controlo de determinadas doenças, algumas endémicas, e que deviam já merecer outras abordagens. Falo concretamente da malária, uma epidemia considerada endémica em Angola e que devia conhecer níveis de combate mais ousados e eficazes. As famílias, os hospitais e sobretudo as nossas universidades deviam servir como verdadeiros centros de saber científico para melhorar na contenção e controlo da doença. Não faz sentido que para determinadas doenças, bacteriológicas, não haja uma estratégia de vacinação com carácter preventivo.
E o pior de tudo é a falta de informação que ajude, ao menos, as pessoas a ficarem precavidas mesmo na ausência de vacinas ou medicamentos preventivos. É verdade que algumas situações ligadas ao saneamento também acabam por complicar em todos os esforços no controlo e contenção da doença.
A água é vida, mas nas condições que é fornecida e consumida pela população está a causar problemas de saúde muito sérios para as populações. Para terminar, gostaria que o Estado envidasse esforços no sentido de apetrechar os hospitais com tipos de vacinas para evitar a Hepatite, B, C, par evitar o HPV, para prevenir outras doenças. Diz o velho ditado que prevenir é sempre melhor que remediar, razão pela qual em nome da saúde pública não custará tanto ao Estado providenciar condições para as populações. Aliás, diz-se e muito bem que saúde é sempre um investimento e nunca um custo.
PEDRO ALBINO Cazenga