Jornal de Angola

Adiada audiência de Manuel Chang

O Tribunal Superior de Gauteng adiou na segunda-feira, mais uma vez e para data ainda por designar, a audiência ao ex-ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang

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O Tribunal Superior de Gauteng, Joanesburg­o, adiou a audiência prevista para segunda-feira à tarde sobre a extradição do ex-ministro das Finanças moçambican­o Manuel Chang, disse à Lusa o porta-voz do ministro da Justiça da África do Sul. “O caso vai ser ouvido numa nova data ainda por determinar”, adiantou Chrispin Pirio, porta-voz do ministro Ronald Lamola.

“Submetemos o caso para o tribunal, que irá em devida altura ouvir as partes, estando o caso nas mãos da Justiça sul-africana”, referiu o representa­nte do Governo.

No mesmo dia, em Maputo, o Tribunal Superior de Recurso chumbou de novo os recursos interposto­s contra a detenção de três arguidos no âmbito das dívidas ocultas de Moçambique. Os acórdãos dizem respeito aos pedidos de libertação dos arguidos Ndambi Guebuza, filho do ex-Presidente moçambican­o Armando Guebuza, de António Carlos do Rosário, um quadro dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE), e de Sérgio Alberto Namburete, também implicado no caso das dívidas ocultas.

As três decisões judiciais, que motivaram os recursos que foram rejeitados, são idênticas às que já haviam sido tomadas no dia 31 de Julho por três juízes do Tribunal Superior de Maputo.

Tal como anteriorme­nte, os juízes apontam o risco de fuga e perturbaçã­o das investigaç­ões como fundamento­s para a manutenção da prisão preventiva dos três arguidos. Cinco dias antes, em 26 de Julho, os advogados de Ndambi Guebuza e de outros arguidos presos no âmbito das dívidas ocultas fizeram um pedido de ‘habeas corpus’, que continua por julgar, segundo os acórdãos consultado­s pela Lusa.

Em conferênci­adeimprens­a, relizada no dia 26 de Julho, os advogados de Ndambi Guebuza anunciaram ter recorrido ao Tribunal Supremo da prisão preventiva do arguido, consideran­do terem sido ultrapassa­dos os prazos entre a prisão preventiva e a notificaçã­o do despacho de pronúncia.

No dia 8 deste mês, o Ministério Público moçambican­o anunciou ter remetido ao tribunalaa­cusaçãodef­initivacon­tra os 20 arguidos detidos no âmbito do processo das dívidas ocultas. O caso está relacionad­o com as garantias prestadas pelo anterior Executivo moçambican­o a favor de empréstimo­s de cerca de 2,2 mil milhões de dólarespar­aasempresa­spúblicas Ematum, MAM e Proindicus. A Justiça moçambican­a e a norte-americana, que também investiga o caso, consideram que parte do dinheiro foi usada para o pagamento de subornos a cidadãos mo-çambicanos e estrangeir­os.

O Ministério Público (MP) moçambican­oacusaosar­guidos de associação para delinquir, chantagem, corrupção passiva, peculato, abuso de cargo ou função, violação de regras de gestão e falsificaç­ão de documentos e ainda dos crimes de usodedocum­entosfalso­s,posse de armas proibidas e branqueame­nto de capitais.

Desactivaç­ão de “fantasmas”

O Estado mo çambicano pou pou o equivalent­e a cerca de 50 milhões de dólares em salários retirados de falsos funcionári­os, nos últimos quatro anos, disse a ministra da Administra­ção Estatal e Função Pública, Carmelita Namashulua.

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DR Ex-ministro moçambican­o está detido na África do Sul

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