Futuro da Sonangol
No encontro com os jornalistas, para a apresentação do Programa de Privatizações (PROPRIV), foram colocadas, fundamentalmente, questões ligadas ao futuro da Sonangol, a sua entrada no capital do Banco Económico e a eventual alienação dos 25 por cento das acções que detém na estrutura accionista da operadora de telefonia móvel Unitel.
O ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, explicou que a estratégia para as reformas na Sonangol tem como pressupostos o aumento da eficiência da economia, redução dos custos e preços mais competitivos, já que há um conjunto de activos detidos pelo Estado que estão paralisados ou a ser explorados abaixo das capacidades instaladas.
“A Sonangol irá concentrar-se só na sua função de operadora, ao longo de toda a cadeia de valores do sector de hidrocarbonetos”, sublinhou, notando que tal permite maior eficiência na cadeia de valores.
O governante sublinhou que a privatização prevê uma percentagem para os trabalhadores da Sonangol e para outros “pequenos subscritores”, um modelo seguido pelas mais renomadas companhias de petróleo no mundo.
Quanto ao aumento da participação da Sonangol no capital social do Banco Económico, o ministro referiu que resultou de um acordo, por incapacidade dos outros accionistas de cumprir as exigências do regulador para o aumento do capital.
Diamantino Azevedo advertiu, no entanto, que esse aumento não será feito de uma só vez, mas em função das orientações do regulador, “pois a seguir e depois do devido saneamento deste banco, é intenção do Estado privatizálo, para que a Sonangol se possa concentrar no seu objecto social”.
“Neste momento, há a realização do aumento do capital social, depois será o devido saneamento e, finalmente, será privatizado”, adiantou, no que foi secundado pelo presidente do Conselho de Administração da Sonangol, que se referiu a uma maior atractividade do banco.
“A atractividade do banco será ainda maior quanto melhor for o seu saneamento do ponto de vista financeiro”, sublinhou Gaspar Martins, notando que tal foi levado em consideração no aumento do capital do Banco Económico.
Quanto à UNITEL, no qual a Sonangol, via MSTelcom, detém uma participação de 25 por cento do capital, Gaspar Martins referiu estarem a decorrer discussões à volta da sua alienação.
“Nós temos 25 por cento na UNITEL. Esta alienação está na forma de concurso público, mas o objectivo deste processo é termos uma noção do valor real da nossa participação nesta empresa”, sublinhou.
O PCA da Sonangol indicou que nesse processo (alienação) serão observados os interesses do Estado, já que, como referiu, as comunicações mexem com a soberania do país.
“Também teremos em conta a participação de outros parceiros. Ao longo do processo de avaliação, vamos acabar por decidir se vai ser através de concurso público, para proceder à alienação, se quem vai exercer esse direito é um dos parceiros ou se são os que avançarem com a melhor oferta”, esclareceu Gaspar Martins.