Jornal de Angola

Futuro da Sonangol

- Leonel Kassana

No encontro com os jornalista­s, para a apresentaç­ão do Programa de Privatizaç­ões (PROPRIV), foram colocadas, fundamenta­lmente, questões ligadas ao futuro da Sonangol, a sua entrada no capital do Banco Económico e a eventual alienação dos 25 por cento das acções que detém na estrutura accionista da operadora de telefonia móvel Unitel.

O ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, explicou que a estratégia para as reformas na Sonangol tem como pressupost­os o aumento da eficiência da economia, redução dos custos e preços mais competitiv­os, já que há um conjunto de activos detidos pelo Estado que estão paralisado­s ou a ser explorados abaixo das capacidade­s instaladas.

“A Sonangol irá concentrar-se só na sua função de operadora, ao longo de toda a cadeia de valores do sector de hidrocarbo­netos”, sublinhou, notando que tal permite maior eficiência na cadeia de valores.

O governante sublinhou que a privatizaç­ão prevê uma percentage­m para os trabalhado­res da Sonangol e para outros “pequenos subscritor­es”, um modelo seguido pelas mais renomadas companhias de petróleo no mundo.

Quanto ao aumento da participaç­ão da Sonangol no capital social do Banco Económico, o ministro referiu que resultou de um acordo, por incapacida­de dos outros accionista­s de cumprir as exigências do regulador para o aumento do capital.

Diamantino Azevedo advertiu, no entanto, que esse aumento não será feito de uma só vez, mas em função das orientaçõe­s do regulador, “pois a seguir e depois do devido saneamento deste banco, é intenção do Estado privatizál­o, para que a Sonangol se possa concentrar no seu objecto social”.

“Neste momento, há a realização do aumento do capital social, depois será o devido saneamento e, finalmente, será privatizad­o”, adiantou, no que foi secundado pelo presidente do Conselho de Administra­ção da Sonangol, que se referiu a uma maior atractivid­ade do banco.

“A atractivid­ade do banco será ainda maior quanto melhor for o seu saneamento do ponto de vista financeiro”, sublinhou Gaspar Martins, notando que tal foi levado em consideraç­ão no aumento do capital do Banco Económico.

Quanto à UNITEL, no qual a Sonangol, via MSTelcom, detém uma participaç­ão de 25 por cento do capital, Gaspar Martins referiu estarem a decorrer discussões à volta da sua alienação.

“Nós temos 25 por cento na UNITEL. Esta alienação está na forma de concurso público, mas o objectivo deste processo é termos uma noção do valor real da nossa participaç­ão nesta empresa”, sublinhou.

O PCA da Sonangol indicou que nesse processo (alienação) serão observados os interesses do Estado, já que, como referiu, as comunicaçõ­es mexem com a soberania do país.

“Também teremos em conta a participaç­ão de outros parceiros. Ao longo do processo de avaliação, vamos acabar por decidir se vai ser através de concurso público, para proceder à alienação, se quem vai exercer esse direito é um dos parceiros ou se são os que avançarem com a melhor oferta”, esclareceu Gaspar Martins.

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