Jornal de Angola

Quotidiano de Luanda exibido em “Esperança”

- Mário Cohen

“Esperança” é o título da primeira exposição individual de Bela Chicola, que é inaugurada hoje, às 17h00, na Casa de Cultura Njinga Mbande, no Rangel, em Luanda, com o intuito de mostrar aspectos do quotidiano da capital, capazes de a tornarem única.

A mostra, que marca também a estreia da cantora nas artes plásticas, reúne 13 obras de pintura, além de roupa e outros artigos, produzidos de material reciclado. O trabalho, patente até ao final do mês, serve, disse, para reflectir a esperança de um mundo melhor, tendo como ponto de partida o dia-a-dia dos luandenses.

O objectivo, destacou, é mostrar alguns dos traços que fazem de Luanda uma singularid­ade, capaz de criar união dentrodeum“universo”diverso de habitantes, étnica e culturalme­nte. A maioria dos trabalhos começou a ser feita em 2015 e demonstra as alterações causadas na sociedade, pela dinâmica do modernismo.

Como uma experiênci­a diferente, depois dos feitos obtidos na música, “Esperança” representa o amadurecim­ento da artista, num campo em que a inovação estética e as novas tendências têm de estar entre as primazias. “Espero conseguir obter o mesmo sucesso como de cantora. Mas espero receber boas críticas, negativas ou positivas, pois só desta forma poderei amadurecer mais”, disse.

Para a artista, a pintura é também uma forma de crítica social, capaz de mostrar ao público um novo horizonte, a partir da ideia do criador, cujos contornos e abrangênci­a podem ultrapassa­r, e muito, o conceito original. “A pintura é complexa, porque o público interpreta o que vê no quadro, por isso a mensagem a ser transmitid­a precisa ser bem pensada e clara, de forma a evitar ‘confusão’ na percepção de quem a aprecia. Para muitos, pode parecer uma tarefa fácil demais, mas engana-se quem pensa assim. É uma arte que requer precisão e muito empenho. A prática é das principais aliadas do criador”, adiantou. Embora esteja a fazer a estreia nas artes plásticas, Bela Chicola tem já dois CD prontos, um gospel e outro mais comercial, que apenas aguardam pela masterizaç­ão e a edição para chegarem no mercado. Natural da província do Bié, Bela Chicola começou a carreira artística como cantora. Em 2004, colocou o primeiro CD no mercado, Pilima Yangue. Ao longo dos anos, foi distinguid­a em várias ocasiões pelo trabalho em prol da música. Venceu o I Festival Provincial de Vozes Femininas, no Cuito, sua terra natal.

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