Um arquivo humano
Além das coberturas de guerra, Francisco Bernardo integrou várias missões presidenciais, entre 1980 e 1990, ainda no DIP. Deu continuidade ao trabalho, ao integrar o Jornal de Angola, em 1995. Ao todo, são mais de cem missões. Mas há uma cuja memória guarda consigo mais vivamente: a viagem a Cuba, em 1988. Na foto oficial de família que fez na ocasião, estavam perfilados os Presidentes José Eduardo dos Santos e Fidel Castro, o actual director de comunicação institucional da Presidência da República, Luís Fernando (na altura estudante em Cuba), o jornalista Víctor Silva, pelo Jornal de
Angola (hoje PCA), António Romeiro e José Patrício. Francisco Bernardo recebeu rasgados elogios do Presidente cubano, pela qualidade do retrato.
Em 1989, integrou um grupo de jornalistas com a missão de cobrir as primeiras negociações de paz, em Nsele, Kinshasa, República Democrática do Congo, entre o Governo e a UNITA. No mesmo ano, esteve em Windhoek, no âmbito dos acordos para a independência da Namíbia e a libertação de Nelson Mandela. A missão foi chefiada pelo então ministro das Relações Exteriores Venâncio de Moura. Da equipa de cobertura, faziam parte os jornalistas Reginaldo Silva, pela RNA, Ambrósio Clemente, pelo DIP, Sampaio Júnior, pela Angop. No ano seguinte, cobriu, igualmente, a Independência da Namíbia.
Entre as várias recordações consta ainda, em 1991, o facto de ter integrado o grupo de jornalistas enviado a Bicesse, para a assinatura dos acordos de paz entre o Governo e a UNITA. Recorda que a assinatura do documento estava marcada para as 19 horas, mas chegou ao local muito cedo, às 7h00 da manhã, na companhia do Amorim, “câmara man” da TPA. A pontualidade valeu-lhes um lugar à frente, diante de mais de três mil jornalistas.
Francisco Bernardo integrou ainda o grupo de jornalistas que, na Jamba (antigo bastião da UNITA), acompanhou a segunda delegação do Governo, que teve a missão de consolidar os acordos de paz. Entre os colegas de profissão, lembra Luísa Rogério e Paulino Damião “50” ( Jornal
de Angola), Sampaio Júnior (Angop), além de jornalistas da TPA e Rádio Nacional de Angola. Uma cena que não esquece foi ver um polícia de trânsito, por cima de uma camioneta, de capacete militar, debaixo de sol ardente, a regular uma via quase sem viaturas.
Entre as várias missões destacam-se ainda viagens com o antigo Presidente da República aos Estados Unidos da América, Israel, Rússia, França, China, Austrália, Portugal, Brasil, Emirados Árabes Unidos, Cuba, Alemanha, Suíça, além de digressões por África e pelo interior do país.
Francisco Bernardo é natural de Nambuangongo, comuna do Ngombe, província do Bengo. Recebeu formação em fotografia nos anos 80, por professores cubanos e polacos.Fezocursoprofissionaldefotografia e imprensa, pela Agência ADN, na então República Democrática Alemã, em 1985. Em 2012, fez uma formação em fotografia digital e fotografia de imprensa (fotojornalismo) e edição, pelo Jornal El Mundo.
Em 1989, integrou um grupo de jornalistas com a missão de cobrir as primeiras negociações de paz, em Nsele, Kinshasa, República Democrática do Congo, entre o Governo e a UNITA. No mesmo ano, esteve em Windhoek, no âmbito dos acordos para a independência da Namíbia e a libertação de Nelson Mandela. A missão foi chefiada pelo então ministro das Relações Exteriores Venâncio de Moura. Da equipa de cobertura, faziam parte os jornalistas Reginaldo Silva, pela RNA, Ambrósio Clemente, pelo DIP, e Sampaio Júnior, pela Angop