Corbyn promete impedir “Brexit” sem acordo
O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, prometeu ontem que a sua formação fará “tudo o que seja necessário” para evitar uma saída do Reino Unido da União Europeia ( UE), “Brexit”, sem um acordo.
Ao falar na localidade de Corby, o político acusou os conservadores de “terem fracassado” na gestão do “Brexit”, marcado para 31 de Outubro, considerando que devido a isso todo o país “avança para uma tempestade política e constitucional”. Corbyn disse que o Primeiro-Ministro, o conservador Boris Johnson, está a conduzir o Reino Unido para “a beira do precipício” ao tentar um “divórcio” abrupto do bloco europeu.
Segundo o líder trabalhista, o Governo pretende aproveitar-se da falta de acordo com a UE para “criar um paraíso fiscal para os superricos às portas da Europa e assinar um acordo comercial com (o Presidente norteamericano) Donald Trump”.
Assinalou não ter “quaisquer dúvidas” que uma saída sem acordo “destruirá” empregos e abrirá caminho para que empresas de saúde dos Estados Unidos comprem o sistema público de saúde britânico (NHS), advertindo que este “não está à venda”.
Corbyn confirmou os planos para promover uma moção de censura ao Governo de Johnson e, caso esta passe, convocar eleições para dar aos cidadãos britânicos uma oportunidade de decidirem.
Entretanto, o PrimeiroMinistro britânico, Boris Johnson, rejeitou ontem a ideia de convocar o Parlamento durante as férias, depois da divulgação de documentos a alertar para a escassez de alimentos e outros bens no caso de um “Brexit” sem acordo.
O jornal Sunday Times divulgou no domingo o que afirma ser um estudo confidencial do Executivo sobre as consequências mais prováveis de uma saída do Reino Unido da União Europeia (UE) sem acordo e que refere um período de escassez de combustível, alimentos e medicamentos e caos nos portos britânicos.
Economistas previram há muito tais cenários, mas os defensores do “Brexit” têm rejeitado as previsões, consideradas alarmistas.