Reciclagem do lixo é um bom negócio
Especialista recorda que um simples saco plástico demora entre 500 a mil anos a se degradar, o vidro leva um milhão de anos, enquanto reciclar uma tonelada de papel evita a morte de 40 árvores adultas
O quarto maior negócio do mundo - a reciclagem do lixo - continua a ser desperdiçado em Angola. Para a bióloga Esperanza Justiz Silva, o país deve olhar para a reciclagem como um bom espaço de empreendedorismo, sobre o qual há uma forte oportunidade de ganhar dinheiro e criar empregos.
O quarto maior negócio do mundo - a reciclagem do lixo - continua a ser desperdiçado em Angola, tanto pela iniciativa pública, quanto pelos privados, que devem gerar mais formas de se fazer dinheiro e criar outras oportunidades de emprego, se tido em conta esse sector bastante volátil e economicamente sustentável, cuja actividade apenas se resume na recolha e no tratamento de resíduos.
Para mostrar esse valor aos angolanos, a Embaixada de Cuba em Angola reuniu, há alguns dias, em Luanda, no Centro de Imprensa Aníbal de Melo, especialistas dos variados sectores económicos do país, entre eles a bióloga Esperanza Justiz Silva, que falou sobre os resíduos e sua gestão, enquanto tema de alta prioridade a nível mundial e uma necessidade imperiosa para o desenvolvimento e para a sustentabilidade dos ecossistemas.
“A reciclagem se mostra de extrema importância, não só para a preservação do meio ambiente, mas para alavancar a economia e os diversos sectores da sociedade”, sublinhou a bióloga.
Ao dissertar em torno do tema “Reciclagem, valor económico, ideias e oportunidades”, Esperanza Justiz Silva trouxe para a percepção nacional angolana questões sobre a própria reciclagem, a sua reutilização, os indicadores dos países que mais reciclam e seus benefícios, a reciclagem como empreendedorismo, a experiência de Cuba e ideias de negócios com reciclagem e as oportunidades existentes no país.
Segundo a bióloga, a reciclagem tem de ser vista, prioritariamente, como um elemento de controlo da contaminação ambiental, já que dados do Banco Mundial mostram que, só em 2012, a população urbana produziu 1.300 milhões de toneladas de resíduos sólidos e espera-se que essa cifra ascenda a 2.200 milhões em 2025.
A cada ano, perdem-se mais de 2.120 mil milhões de toneladas de resíduos, quantidades que, se colocadas em camiões, dariam a volta ao mundo 24 vezes. Esperanza Justiz Silva dá conta de que, actualmente, nas grandes cidades, já começou a verificar-se falta de espaço destinado a depósitos de lixo e de outros dejectos produzidos pela sociedade. Ganhar dinheiro com o lixo Para a bióloga Esperanza Justiz Silva, há em Angola uma escassez de investimentos na indústria de reciclagem. Conforme apontou, o país deve olhar para a reciclagem como um bom espaço de empreendedorismo, sobre o qual há uma forte oportunidade de negócio bastante sustentável.
Essa oportunidade excelente de criação de postos de trabalho pode ser experimentada, segundo Esperanza Justiz Silva, com a abertura de uma distribuidora de lixo reciclável, com a prática de artesanato com material reciclável para ganhar-se dinheiro, com a montagem de uma empresa de reciclagem (exemplo de reciclagem de vidro) ou de um “disk caçamba” (aproveitamento de entulhos ou lixo gerado pela construção civil).
A cada ano, perdem-se mais de 2.120 mil milhões de toneladas de resíduos, quantidades que, se colocadas em camiões, dariam a volta ao mundo 24 vezes. Esperanza Justiz Silva dá conta de que, actualmente, nas grandes cidades, já começou a verificar-se falta de espaço destinado a depósitos de lixo e de outros dejectos