Ursula Von der Leyen apresenta comissários
A Comissão encabeçada por Von der Leyen deve contar com nove membros da maior família política europeia
A presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, apresenta amanhã a equipa de comissários e respectivos pelouros.
Na quinta-feira, Von der Leyen anunciou que já tinha recebido os candidatos de todos os Estados-membros e agendou para amanhã a apresentação de uma equipa “equilibrada”, e, efectivamente, assim o será, pelo menos em termos partidários e de género, atendendo aos nomes submetidos pelas capitais (o Reino Unido não apresentou sequer candidato, uma vez que o Governo britânico de Boris Johnson mantém que o “Brexit” se consumará na data prevista, 31 de Outubro, na véspera da entrada em funções da nova Comissão).
Assim, a “Comissão Von der Leyen” deve contar com nove membros da maior família política europeia, o Partido Popular Europeu (PPE), entre os quais a própria presidente do Executivo, dez dos Socialistas Europeus (S&D, a sigla de Socialistas e Democratas), entre os quais a comissária de Portugal, seis dos Liberais (a nova aliança Renovar a Europa), e ainda um dos Verdes Europeus e outro dos Conservadores e Reformistas Europeus.
Em termos de género, já é garantido que esta será a Comissão Europeia mais “feminina” de sempre, um objectivo anunciado por Von der Leyen assim que foi designada, o que a levou mesmo a pedir aos Estados-membros que lhe apresentassem candidatos de ambos os sexos, algo que, no entanto, poucos países fizeram. Entre as excepções contam-se Portugal (que apresentou o antigo ministro e actual eurodeputado Pedro Marques, além Elisa Ferreira) e a Roménia, o único país sobre o qual ainda há dúvidas relativamente ao nome do comissário, pois não foi revelado quem foi escolhido entre Dan Nica e Rovana Plumb.
Tendo sempre em conta que ainda pode haver alguma alteração na equipa formada, caso o Parlamento Europeu “chumbe” algum nome, o “colégio de Ursula” conta neste momento com 14 homens e 12 mulheres, e caso a opção no caso da Roménia recaia sobre a candidata Rovana Plumb se registará a paridade quase absoluta que a presidente eleita pretendia. A Comissão constituída em 2014 por Jean-Claude Juncker tinha nove comissárias.
A nível de atribuição de pastas, os governos nacionais têm mantido a discrição habitual nestes casos, cabendo à presidente eleita fazer o anúncio formal.
O novo colégio contará com vários elementos “repetentes”: serão, à partida, sete os comissários que já fizeram parte do Executivo comunitário liderado por Jean-Claude Juncker (20142019): o austríaco Johannes Hahn, a búlgara Mariya Gabriel, a dinamarquesa Margrethe Vestager, o holandês Frans Timmermans, o irlandês Phil Hogan, o letão Valdis Dombrovskis, a checa Vera Jourova.
“Fechado” o elenco executivo e atribuídas as pastas, cada comissário indigitado irá ser submetido ao escrutínio da respectiva comissão parlamentar (em alguns casos, mais do que uma) na assembleia europeia, respondendo a cinco perguntas escritas, antes de ser questionado exaustivamente durante três horas pelos eurodeputados, numa audição transmitida em directo.
Fonte parlamentar confirmou à Lusa que as datas de 30 de Setembro a 8 de Outubro para as audições dos comissários indigitados estão “praticamente confirmadas”, e se algum ou alguns dos comissários indigitados não “passarem” no crivo dos eurodeputados, poderão ser agendadas audições adicionais na semana de 14 de Outubro, antes de o Parlamento Europeu se pronunciar em definitivo relativamente ao conjunto do colégio, o que deverá suceder em 22 de Outubro.
O mandato de Ursula von der Leyen, que terá uma duração de cinco anos, deverá começar no dia 1 de Novembro.
Em termos de género, já é garantido que esta será a Comissão Europeia mais “feminina” de sempre, um objectivo anunciado por Von der Leyen assim que foi designada