Jornal de Angola

Mortes evitáveis

- Luciano Rocha

A recente morte de um jovem, na zona da Samba, causada pelo embate do motociclo que conduzia num contentor de lixo, colocado na rua, devia ter levado à tomada de medidas para evitar mais acidentes idênticos, mas não.

Quando se esperava que a morte de uma pessoa que circulava por onde era obrigado, a rua, na qual estava o que não devia, um contentor de lixo, levasse ao rebate de consciênci­a de “alguém”, cujas obrigações incluem segurança de condutores, de qualquer espécie de veículos, e peões, qual quê!, uma vez mais, a indolência prevaleceu, num desafio, que não é novo, à impunidade.

Luanda continua sabe-se lá até quando entregue à sorte que lhe saiu em azar, que a maioria dos que a habita conhece de cor e salteado, onde os contentore­s de lixo, também eles, coitados, tão maltratado­s, estão colocados em tudo que é sítio, menos onde devem estar, como são os casos de passadeira­s, curvas de ruas, esquinas de passeios.

A única coisa, que se saiba, feita na sequência da morte do motociclis­ta foi a remoção do contentor da via por onde ele seguia. Então e todos os outros colocados em locais impróprios que, como se comprovou, podem transforma­r-se em instrument­os de morte?

Quantas vidas humanas mais têm de se perder para serem tomadas medidas? Nem a morte os demove da letargia? É urgente que “quem de direito” acaba com a anarquia.

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