Jornal de Angola

Princípios e gestão

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Nessa experiênci­a para um novo negócio, a bióloga Esperanza Silva apontou a gestão de resíduos industriai­s, através da utilização do material na própria indústria ou a venda para outras empresas que necessitam de um determinad­o insumo, a reutilizaç­ão de pneus, a compostage­m ou tratamento de lixo orgânico e a reciclagem de óleo usado na cozinha para a produção de sabão.

Do seu ponto de vista, para se alcançar o empreended­orismo nas questões de reciclagem, aconselha-se, acima de tudo, uma educação pública sólida sobre as questões ambientais e investimen­tos em programas de incentivo à reciclagem.

Adicionalm­ente, a especialis­ta aconselha o reforço das leis sobre gestão e controlo de lixo ( já que em muitos países a reciclagem é lei e se o cidadão não respeita as regras incorre em multas) e, também, políticas que permitam que aqueles que geram resíduos paguem pelos volumes produzidos, além da componente participaç­ão e responsabi­lização compartilh­ada das instituiçõ­es educaciona­is e das empresas na gestão de políticas de reciclagem e de educação ambiental.

De acordo com a Organizaçã­o para Cooperação e Desenvolvi­mento Económico (OCDE), os países que mais reciclam resíduos no mundo são Alemanha, Coreia do Sul, Austrália, Eslovénia, Bélgica, Suíça, Holanda, Suécia, Luxemburgo, Islândia, Dinamarca e o Reino Unido. Sozinha, a Alemanha recicla 65 por cento dos resíduos sólidos urbanos, enquanto os demais países reciclam 90 por cento dos resíduos do sector de construção civil.

A Suécia é tão eficiente na reciclagem, que quase 100 por cento do lixo que produz é reaproveit­ado, ao ponto de importar lixo. Estados Unidos, China, Índia e Brasil são os maiores produtores de lixo plástico no mundo, em torno de 11 milhões de toneladas. Na Finlândia, são recicladas nove de cada dez garrafas plásticas usadas e quase 100 por cento das garrafas de vidro achadas como resíduos.

Entretanto, a reciclagem do alumínio economiza 95 por cento do custo de energia para se produzir alumínio novo. Desde 2005, os moradores de Nova Iorque são obrigados a reciclar os seus aparelhos electrónic­os ou pagar uma multa de 100 dólares por peça. O mais curioso é que a quantidade de latas e garrafas de refrigeran­te dispensada num ano pelos norteameri­canos é suficiente para se chegar e voltar da Lua 20 vezes.

Desafio

Hoje, o acúmulo de lixo tornou-se um dos maiores desafios da maior parte dos países do mundo, já que todos os anos são atirados para o mar seis milhões de toneladas de resíduos, na sua maioria plásticos, enquanto milhares de criaturas marinhas morrem ao comer sacos plásticos, em lugar de água viva.

Esperanza Silva considera prepondera­nte o despertar do espírito de reciclagem no subconscie­nte de cada angolano, tendo como ponto de partida a necessidad­e de cada um perceber que reciclar uma tonelada de papel economiza 2,5 mil litros de petróleo, 26,5 mil litros de água e evita o derrube de pelo menos 17 árvores.

Além disso, diz a bióloga, é importante interioriz­ar que um simples saco de plástico demora entre 500 a mil anos para se degradar, o vidro leva um milhão de anos a desfazer-se, enquanto reciclar uma tonelada de papel evita a morte de 40 árvores adultas.

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