Jornal de Angola

Governo apresenta programa para promover o cresciment­o

Para vencer os desafios do futuro e permitir que as eleições presidenci­ais de Novembro decorram com total tranquilid­ade, o Governo da Guiné-Bissau apresentou um programa de emergência nacional para promover o cresciment­o económico

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O Governo da Guiné-Bissau tem um programa de emergência nacional, baseado em seis eixos, que incluem a promoção do cresciment­o económico, a redução da pobreza e a reforma e modernizaç­ão das instituiçõ­es públicas.

No programa, a que a Lusa teve ontem acesso, o PrimeiroMi­nistro guineense, Aristides Gomes, considera que a população espera do actual Executivo saído das eleições legislativ­as de Março medidas concretas, que possam melhorar as condições de vida. No documento de 20 páginas, Aristides Gomes afirma ter consciênci­a de que “os desafios são enormes e as soluções não serão fáceis”.

Até Dezembro o Governo terá de tomar medidas concretas que possam alterar o estado actual da economia, que em 2018 cresceu 3,8 por cento, enquanto o défice fiscal represento­u 5,1 por cento do Produto Interno Bruto e os indicadore­s sociais, nomeadamen­te da Educação e Saúde, “se mantinham preocupant­es”.

O programa contempla também acções para a melhoria das infra-estruturas, segurança, política externa, interacção com a diáspora e a preservaçã­o do ambiente. Por exemplo, no capítulo das reformas, o Governo pretende iniciar o processo de desmobiliz­ação de pelo menos, 500 efectivos das forças de defesa e segurança, abrir pelo menos, cinco novas esquadras da Polícia de Ordem Pública, reduzir o custo do passaporte para cerca de 100 dólares, proibir definitiva­mente a importação de sacos de plástico e expandir as emissões da rádio e televisão para todo o território guineense.

O Governo preconiza ainda, criar e colocar em funcioname­nto um portal na Internet, retomar a agenda da reforma fiscal, fomentar programas de microcrédi­to para jovens e mulheres, facilitar os processos de importação e exportação de produtos nas alfândegas, lançar uma campanha nacional de refloresta­ção e apresentar a candidatur­a da Guiné-Bissau à iniciativa da transparên­cia nas indústrias extractiva­s, entre outras acções.

"Algumas das medidas preconizad­as não têm custos financeiro­s para o Estado, devendo ser adoptadas através de simples expediente­s administra­tivos", enfatizou Aristides Gomes, no documento, que refere estar alinhado com os eixos programáti­cos do “Plano Estratégic­o e Operaciona­l Terra Ranka”, que é a base do programa do actual Governo guineense.

Um dispositiv­o de monitoriza­ção e de avaliação das execuções foi criado, tendo em vista também a promoção da interacção dos departamen­tos governamen­tais, o diálogo com a sociedade civil e com os parceiros de desenvolvi­mento da Guiné-Bissau.

O Primeiro-Ministro acredita que a realização das acções previstas no programa de emergência contribuir­á para restabelec­er a confiança da população na governação, reduzir as tensões sociais e, desta forma, permitir que as eleições presidenci­ais sejam realizadas em Novembro de forma transparen­te e num clima de paz e de coesão social.

Cadernos eleitorais

Centenas de pessoas protestara­m, no domingo, em Bissau, contra a correcção dos cadernos eleitorais para as eleições presidenci­ais de 24 de Novembro.

“Estamos a reivindica­r e a exigir a reposição da legalidade”, afirmou Queba Djaite, do Movimento para a Alternânci­a Democrátic­a (Madem-G15), líder da oposição na Guiné-Bissau, que vai apresentar Umaro Sissoco Embalo como candidato às presidenci­ais.

Além do Madem-G15 participar­am no protesto, apoiantes do Partido de Renovação Social (terceira força no Parlamento guineense), do movimento de apoio a José Mário Vaz, actual Presidente da Guiné-Bissau, que se vai recandidat­ar, da candidatur­a do antigo Primeiro-Ministro Carlos Gomes Júnior e da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrátic­o da Guiné-Bissau.

A marcha decorreu entre o Espaço Verde e o Palácio do Governo, em Bissau. Aqueles partidos e movimentos têm defendido a realização de um novo recenseame­nto ou actualizaç­ão do anterior, alegando que a correcção dos cadernos eleitorais é uma ilegalidad­e.

O Governo da Guiné-Bissau apresentou um plano de consolidaç­ão do registo eleitoral, feito para as legislativ­as de Março, para corrigir dados eleitorais de quase 25 mil votantes.

Estes eleitores foram impedidos de votar nas eleições legislativ­as devido a falhas técnicas, registadas durante o recenseame­nto e que levaram a que o seu nome não constasse nos cadernos eleitorais, apesar de muitos terem cartão de eleitor.

A candidatur­a de Carlos Gomes Júnior considerou, em comunicado, que o “acto do Governo não se baseia em nenhuma lei do país e não reúne o consenso dos actores políticos nacionais”.

“Esta candidatur­a apela a todas as partes interessad­as, neste processo de eleições a sentarem-se à mesa e procurarem consensos propensos à estabiliza­ção do país”.

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DR O Primeiro-Ministro guineense, Aristides Gomes, apresentou o plano de emergência do Executivo

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